O alerta do hospital das Caldas da Rainha para o abuso sexual de crianças começa com uma interrogação que suscita uma reflexão sobre o assunto. “Ao olhar para o tamanho dos sapatinhos pergunta-se se alguém imagina que uma criança que os use possa ser abusada sexualmente?”, questiona Fátima Clérigo, coordenadora do Serviço Social do Hospital das Caldas da Rainha.
A realidade é que todos os dias há notícias de abusos sexuais de menores. Os hospitais, sendo locais onde as crianças são assistidas pelas mais diversas razões, podem também ter um papel importante na denúncia destes casos junto de equipas hospitalares de apoio a crianças e jovens em risco.
“Por exemplo, quando surge uma situação ou uma suspeita de abuso, o pediatra que atende essa criança poderá chamar esta equipa, articulada depois com serviços externos, nomeadamente a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens e os tribunais, para que a criança acabe por ficar protegida”, manifestou Ana Simão, coordenadora do Núcleo de Apoio a Crianças e Jovens em Risco.
A sensibilização no hospital é marcada por cartazes afixados em pontos estratégicos, onde sobressai o objetivo de esclarecer um dos principais mitos relacionados com a problemática. “O de se achar que a criança é abusada por um desconhecido e infelizmente sabe-se que na maioria dos abusos sexuais a criança é abusada por alguém muito próximo”, indicou Ana Simão.
O hospital sente-se na obrigação de deixar o alerta. “É uma iniciativa importante que visa despertar e inquietar as nossas mentes para esta questão geralmente escondida e muito sombria, mas que existe, que é o abuso sexual de crianças. Neste ano de pandemia a iniciativa faz também muito sentido, porque houve relatos de que perante o confinamento houve um aumento muito acentuado de abusos sexuais”, referiu Elsa Baião, administradora do Centro Hospitalar do Oeste (CHO).
A iniciativa no hospital das Caldas da Rainha visa chegar aos profissionais de saúde e aos familiares das crianças que acedem aos serviços, procurando que seja encarado como um dever a denúncia de situações em que os menores estejam em risco.
Centro hospitalar aumenta internamento de doentes Covid
Na semana passada aumentou o número de casos de Covid-19 com origem num surto no serviço de medicina do hospital das Caldas da Rainha, havendo na quarta-feira dez utentes e quatro profissionais de saúde infetados, espalhados por três unidades hospitalares.
Os resultados dos testes efetuados a 110 profissionais de saúde e 42 utentes iam sendo conhecidos e alguns repetiram os exames, pelo que os números iam sendo atualizados nos dias seguintes.
O surto espalhou-se para além das Caldas da Rainha até às unidades de Peniche e de Torres Vedras do CHO. Os serviços foram desinfetados e continuam a funcionar.
Não estando relacionado com este surto, existem outros 10 profissionais infetados e 16 em isolamento, pertencentes às três unidades de saúde do CHO.
A administração garante que, apesar desta situação, os hospitais têm adotado medidas para se tornarem, dentro do possível, locais seguros para a prestação de cuidados de saúde, apelando a todos os utentes que necessitem que não deixem de ali irem.
Esta semana foi ampliada a capacidade de internamento de doentes com Covid-19, atualmente com 22 camas em Torres Vedras no limite da lotação.
Foram disponibilizadas mais 20 camas no hospital de Caldas da Rainha e até ao final do ano haverá mais 27 numa nova enfermaria Covid a criar em Torres Vedras.
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