Segundo o autarca, estes trabalhadores “por vezes são largados por empresas de trabalho temporário em questões de habitabilidade e salubridade indignas, situação que cria um risco acrescido de propagação”, pelo que já pediu ao secretário de estado da Saúde para “o Governo trabalhar connosco nessa matéria de forma a garantir com as empresas que não haja ninguém a entrar em atividade sem previamente ter um teste de despistagem”.
Para o presidente da Câmara, este teste “é decisivo para todo o Oeste”, onde “afluem de um modo geral milhares de trabalhadores oriundos de vários países africanos e asiáticos com hábitos e costumes diferentes dos nossos”.
Jorge Nunes, coordenador do Agrupamento de Centros de Saúde Oeste Norte, revelou que foram já feitas visitas a algumas fruteiras no sentido de alertar para os cuidados a ter e para analisar os planos de contingência para prevenir essas situações.
“Estamos muito seriamente preocupados com o setor agrícola, que recebe trabalhadores de altíssimo risco que vivem em condições muito duvidosas e deploráveis, e quando é um infetado, infetam todos, porque vivem em conjunto”, manifestou.
Nas Caldas da Rainha, o presidente da Junta de Freguesia de A-dos-Francos, Paulo Sousa, defendeu há dias que com formação se poderão diminuir os focos de infeção por Covid-19. O objetivo é criar “reuniões com agricultores das várias freguesias do concelho, no sentido de explicar as regras de combate à pandemia, para que estes as possam demonstrar aos trabalhadores”.
“Muitas vezes, os trabalhadores não têm uma perceção de risco”, justificou Paulo Sousa, acrescentando que “compete também ao empregador ter uma atitude pedagógica, explicando as medidas de contenção durante as pausas do trabalho, que são momentos em que as pessoas relaxam e convivem umas com as outras”.
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