Uma praia ZERO poluição é aquela em que não foi detetada qualquer contaminação microbiológica nas análises efetuadas às águas balneares ao longo das três últimas épocas balneares.
A partir de dados solicitados à Agência Portuguesa do Ambiente, a Associação ZERO identificou as praias que, ao longo das três últimas épocas balneares (2017, 2018 e 2019)), não só tiveram sempre classificação “excelente” como apresentaram valores zero ou inferiores ao limite de deteção em todas as análises efetuadas aos dois parâmetros microbiológicos controlados e previstos na legislação. Isto é, em todas as análises efetuadas não houve sequer a deteção de qualquer unidade formadora de colónias. Consideram-se três anos por corresponder ao período mínimo habitualmente requerido pela Diretiva 2006/7/CE do Parlamento Europeu e do Conselho de 15 de fevereiro de 2006, relativa à gestão da qualidade das águas balneares, para se proceder à classificação da qualidade da zona balnear.
Em 2020, as praias com ZERO poluição representam 11% do total das 621 zonas balneares em funcionamento, um aumento de 55 pontos percentuais, mais 24 praias, em relação às 44 classificadas no ano passado.
Esta análise da Associação ZERO teve em conta os parâmetros da legislação em vigor, tendo verificado que todas as 68 zonas balneares são costeiras. Na região Oeste são evidenciadas as seguintes praias: Alcobaça – Légua, Pedra do Ouro e Polvoeira; Caldas da Rainha – Praia do Mar; Lourinhã – Peralta e Valmitão; Óbidos – Rio Cortiço; Peniche – Baleal-Campismo, Baleal-Norte, Baleal-Sul, Consolação e Consolação Norte; Torres Vedras -Amanhã (Santa Cruz), Azul, Centro (Santa Cruz), Física (Santa Cruz), Mirante (Santa Cruz), Navio, Pisão (Santa Cruz), Santa Helena, Santa Rita-Norte e Santa Rita-Sul.
Os concelhos com maior número de praias ZERO poluição são Torres Vedras, que repete a boa classificação do ano anterior, com 10 praias ZERO poluição, ainda também na zona Oeste, Peniche com 5 e Angra do Heroísmo, nos Açores, também com 5.
A associação salienta que “é extremamente difícil conseguir um registo incólume ao longo de três anos nas zonas balneares interiores, muito mais suscetíveis à poluição microbiológica. Este ano, ao contrário do que havia sido registado em todos os anos anteriores desde 2016 (ano em que a ZERO iniciou esta avaliação), não há nenhuma zona balnear interior com a classificação de ZERO poluição”. “Este facto é um indicador do muito que ainda há a fazer para garantir uma boa qualidade da água dos rios e ribeiras em Portugal, o que requer esforços adicionais ao nível do saneamento urbano e das empresas”, manifesta.
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