O desafio foi aceite e desde o dia 1 de abril que os doentes diabéticos passaram a ter disponível uma linha de informação que é sempre atendida por médicos especialistas sobre diabetes de forma voluntária. Segundo Joana Louro, no espaço de dez dias a linha recebeu cerca de 400 chamadas a nível nacional.
“Não podemos permitir que estes doentes descompensem, porque se isso acontecer têm que recorrer à urgência e depois estarão em risco de serem infetados”, apontou.
A médica informou ainda que todas as consultas da responsabilidade da medicina interna no CHO estão a ser realizadas via telefone. “Fazemos sempre teleconsulta aos doentes com diabetes, passamos receituário e marcamos nova consulta para que o doente nunca se sinta desapoiado”, referiu.
Os doentes descompensados ou que precisam de intervenções presenciais “continuam a comparecer ao hospital com todas as condições de segurança”.
Não podendo estar no outro lado do telefone, por estar na linha da frente do combate à Covid-19, o hospital das Caldas está a ser representado por Manuela Ricciulli.
Em declarações ao JORNAL DAS CALDAS, Manuela Ricciulli disse que no domingo de Páscoa recebeu cerca de 100 chamadas, batendo o recorde de telefonemas. A médica das Caldas informou que “muitas pessoas com diabetes telefonam porque necessitam de aconselhamento especializado, mas há outras que ligam porque precisam de conversar sobre a situação que estamos a passar”.
Com os telefonemas que recebeu, já fez vários ajustes de insulina. Recebeu também em linha algumas pessoas diabéticas que trabalham na área da saúde e que têm dúvidas se devem continuar ou não no seu local de trabalho.
Manuela Ricciulli explica que o facto de os doentes estarem confinados em casa faz com que tenham uma vida mais sedentária e uma alimentação mais farta. No entanto, indica que também há aqueles doentes com diabetes que “estão a ter cuidado com a alimentação e a fazer algum exercício e a fazer mais registos diários da glicemia, até porque não querem correr o risco de ir parar à urgência”.
Daí achar fundamental a linha “para as muitas dúvidas que têm surgido de doentes diabéticos”, que funciona todos os dias, entre as 8 e as 22 horas, através do número 300 003 800.
A iniciativa juntou a Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo, o Núcleo de Diabetes Mellitus da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna e a Sociedade Portuguesa de Diabetologia.
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