Este encontro, que teve como tema “Arquitetura e Artes plásticas”, juntou mais de cinquenta gentes e agentes culturais, oriundos de vários dos 26 municípios que constituem a Rede Cultura 2027, no pequeno auditório do Centro Cultural e de Congressos de Caldas da Rainha, para refletir e discutir o tema.
Do painel de oradores fez parte a vereadora da cultura, Maria da Conceição, que aproveitou para relembrar a história e a génese do município, bem como a inauguração e a criação de certos espaços de referência da cidade, como é o caso da Escola Superior de Arte e Design. Igualmente enalteceu as várias atividades e eventos que, ao longo dos anos, a cidade tem feito no âmbito das artes e tem conseguido, através deles, projetar-se no estrangeiro.
Como tal, “este encontro é um dos primeiros passos numa caminhada, que se espera seja bem sucedida, e que certamente vai agitar vários agentes culturais e a sociedade civil”. Além disso permite que “possamos encontrar o caminho e delinear algumas estratégias, de modo a que tenhamos uma produção cultural mais viva e mais participada, e sobretudo melhorar a qualidade de vida nas cidades”.
Samuel Rama, membro do conselho estratégico da Rede Cultura 2027, falou sobre as artes plásticas na contemporaneidade, sendo um conceito que nesta candidatura a capital europeia da cultura “poderá ser aquele que criará pontes com o que virá a seguir”. Sublinhou que a definição de arte é “hoje uma proliferação de práticas artísticas, que misturam os vários domínios, como a pintura e a escultura”.
O docente também considerou que o eixo central desta candidatura deverá passar por uma linha condutora que envolva o território, o papel da floresta, da pedra (ou a vida pétrea como a definiu) e da água, bem como os alunos da Escola Superior de Artes e Design de Caldas da Rainha. Além disso apelou a que essas questões sejam tidas em conta na estratégia que está a ser delineada para esta capital europeia da cultura.
Por sua vez a arquiteta e curadora do projeto “Open House Porto”, Inês Moreira, partilhou a sua experiência na capital europeia da cultura de Guimarães. Igualmente considerou importante o desenvolvimento de projetos culturais como motores de produção de conhecimento.
Na sua opinião também é importante abrir os edifícios à população para que esta possa vivenciar e conviver com o património edificado já existente e ainda ser desperta para vários projetos arquitetónicos diferentes.
Questionada pela jornalista Ana Isabel Costa sobre o património que pudesse servir para identificar a memória coletiva na cidade, a arquiteta respondeu que “há imensos mas como não sou de cá e nem vivo neste território, esse estudo iria sempre implicar um trabalho de campo com as comunidades locais e não só”, pois na maioria das vezes “os espaços mais interessantes não estão disponíveis por questões de heranças”.
O próximo Prelúdio de Ideias, que terá como tema “Cinema e Audio-Visual: Olhares que nos movem, ecrãs e objetivas, lentes que contam de nós”, será em Figueiró dos Vinhos, no dia 4 de maio.
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