“Para um cristão, não é possível imaginar a própria missão na terra, sem a conceber como um caminho de santidade, porque «esta é, na verdade, a vontade de Deus: a [nossa] santificação». Cada santo é uma missão; é um projeto do Pai que visa refletir e encarnar, num momento determinado da história, um aspeto do Evangelho”.
“Cada cristão, quanto mais se santifica, tanto mais fecundo se torna para o mundo. Não tenhas medo de apontar para mais alto, de te deixares amar e libertar por Deus. Não tenhas medo de te deixares guiar pelo Espírito Santo. A santidade não te torna menos humano, porque é o encontro da tua fragilidade com a força da graça”.
No dia 26 de Junho, a Igreja celebra S. Josemaria Escrivá, a quem S. João Paulo II chamou o “santo do quotidiano”. Em 1928, há 90 anos, Deus fez-lhe ver que deveria fundar o Opus Dei para que o trabalho profissional e os deveres do cristão pudessem ser um caminho de a santidade.
Caminho amplo que a todos acolhe para, no espaço vital do seu labor, com alegria e simplicidade, conduzir o homem a Deus e iluminar os caminhos da terra com a luz da fé e do amor.
Trabalho, família e filiação divina é o cerne do segredo e o fundamento do espírito destes cristãos que, livremente, o são por paixão e vocação.
Porém, esta perspectiva está longe de ser uma novidade ou algo de estranho no seio da Igreja, pois o cristianismo, desde sempre, assentou neste tríplice alicerce.
Coerência entre vida de oração, sociedade e profissão, amor ao mundo e à Igreja é um apanágio dos cristãos desde os tempos mais remotos.
A partir do Concílio Vaticano II acentuou-se a tendência da possibilidade de todos os fiéis leigos poderem ser chamados à missão da procura e da concretização da sua santidade através da vida comum do ser humano.
Sagrado e profano coabitam no coração do homem, mas poder transformar em divino o humano, reconhecer a presença de Deus amando-O e, por Ele, a todas as coisas, amar apaixonadamente o mundo sem ser mundano, é um apelo que a Igreja dirige a todos sem excepção.
Foi com esta verdade tão simples, mensagem de esperança, de amor e muita alegria que D. Nuno Brás, Bispo Auxiliar de Lisboa, nos recordou em celebração eucarística, na Igreja de Nossa Senhora da Conceição, nas Caldas da Rainha, no dia 23 de junho, a altura em que o Opus Dei celebra a memória do seu fundador que nos vocaciona a todos para sermos santos, no desempenho das nossas tarefas quotidianas e na interacção com os outros.
Inseriu-se neste contexto integrador e sociabilizador dos cristãos no mundo, um almoço que se realizou no Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha, onde a agradabilidade do convívio foi enriquecida com a passagem de um filme sobre S. Josemaria, centralidade desta comemoração.
Maria Susana Mexia
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