Aos alunos deu-lhes vários exemplos reais sobre a maneira de construir o seu próprio método de estudo. Para cada ciclo de ensino, para cada disciplina, há métodos de estudo que ajudam a organizar o estudo. Se o aluno os seguir “as boas notas acabam por aparecer”, assegurou o professor.
Combater o insucesso escolar é o objetivo do autor (ele próprio chumbou dois anos no ensino básico) que, nesta conversa com os alunos, referiu algumas das ferramentas que os ajudam a ter melhores notas e a estarem mais motivados para a escola e para a vida. Jorge Rio Cardoso iniciou a palestra revelando que ele próprio foi um aluno “sofrível, com más notas, para no final da adolescência tornar-me num aluno invejável”. “Foi o atletismo que me ajudou e me motivou para a vida”, explicou, revelando que alcançou vários títulos nacionais de atletismo, de corta-mato e meio-fundo.
“Estar bem-disposto e motivado faz toda a diferença”. Para o autor a boa disposição e estabilidade emocional são decisivas no percurso de todos os estudantes. Ainda mais para aqueles que têm dificuldades e piores resultados. “A motivação pode nascer de elementos extraescola, pode estar no desporto, na música, na dança e em tantas outras coisas”, adiantou.
Jorge Rio Cardoso, professor no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, está a percorrer o país para falar com os estudantes e motivá-los a serem melhores alunos. Também faz palestras com os pais, com “formas de disciplinar, conhecer os problemas dos filhos e ajudá-los”. “Cabe aos pais criar um clima positivo, ou seja, não ter aquela cultura excessiva da nota”, apontou, acrescentando que “devemos fazer dos nossos filhos crianças interessadas no conhecimento e incutir um saber crítico sobre esse conhecimento”.
O professor universitário destacou a importância dos valores, sublinhando que é bom que os pais tenham consciência que “nos escândalos financeiros que envolveram bancos, nenhuma daquelas pessoas que levou os bancos quase à falênciaera mau aluno. É preciso ser bom aluno mas também ser honesto”, declarou.
Aos estudantes disse-lhes para não se compararem aos melhores alunos da turma mas sim “a vós próprios”. “Façam uma reflexão de como podem melhorar e como progredirem”, contou.
Reconheceu os jovens “não têm métodos de estudo e por vezes técnicas de trabalho”, deixando quatro pilares importantes para ajudar os alunos. O primeiro refere-se à organização dos apontamentos. “Devem reunir todos os apontamentos que vêm da aula, do livro, ou que tenham sido distribuídos”, explicou.
O segundo pilar é o estudante tentar perceber se está ou não dentro da matéria. “O aluno deve pegar numa folha em branco e começar a escrever para ver se realmente sabe ou não o que estão nos apontamentos”, apontou, acrescentando que “uma técnica de estudo muito robusta é imaginar que está a dar uma aula sobre a matéria”.
Interrogar-se sobre a matéria é o terceiro pilar, onde o estudante deve imaginar “perguntas mais complicadas e aplicar o conhecimento”.
Resolver exames e fichas do livro, para testar se já sabe a matéria, foi o último pilar referido pelo docente.
Esta iniciativa foi uma organização do Gabinete de Psicologia da União das Freguesias de Nossa Srª do Pópulo, Coto e São Gregório e o Centro de Recursos Comunitário da Santa da Misericórdia das Caldas da Rainha (projecto CLDS 3G, Ponto de Ajuda 30G), que encontram-se a desenvolver um ciclo de conferências sobre a temática da parentalidade, abrangendo algumas questões específicas das diferentes fases do desenvolvimento da criança (primeira infância, segunda infância e adolescência).
“O Método ser Bom Aluno – Bora lá?” foi a 2ª conferência deste ciclo. Depois da palestra no auditório do Agrupamento D. João II, Jorge Rio Cardoso deu uma conferência aos alunos do 7º e 8º ano do Agrupamento Rafael Bordalo Pinheiro.
Finalizou com uma palestra para os encarregados de educação que teve lugar no Centro de Recursos Comunitário da Santa Casa da Misericórdia.
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