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Entrevista a José Carlos Faria, candidato da CDU à Câmara das Caldas

“Nos últimos quatro anos nenhum dos problemas fulcrais com que o concelho se debate encontrou solução”

Marlene Sousa

EXCLUSIVO

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José Carlos Faria volta a ser o candidato da CDU à Câmara das Caldas nas próximas eleições autárquicas. Repete a candidatura de 2013. Foi deputado na Assembleia Municipal das Caldas da Rainha e é membro do executivo da DORLEI do PCP e da concelhia das Caldas da Rainha. Elemento fundador do Teatro da Rainha, tem 62 anos.
José Carlos Faria afirma ter visões diferentes para a gestão do município

Não concorda com o rumo determinado pela atual maioria PSD, apontando a ausência de soluções para o relançamento da atividade industrial cerâmica e criticando a capacidade de atração turística. Acha que o projeto de instalação de um hotel nos Pavilhões do Parque, nos moldes em que está desenhado, não defende o relançamento do Termalismo, pelo contrário, o ameaça.

Jornal das Caldas – Nas eleições em 2013 a CDU celebrou o melhor resultado desde 1993. O que acha que vai acontecer a 1 de outubro?

José Carlos Faria – Decorrente do próximo ato eleitoral autárquico, a CDU, com o trabalho, honestidade e competência que lhe são reconhecidas, espera reforçar e consolidar a sua posição, em função da sustentabilidade das propostas e das ações desenvolvidas pelos seus eleitos nas Juntas de Freguesia e na Assembleia Municipal. Para além disso, a hipótese de voltar a ter um vereador no executivo municipal seria um reforço importantíssimo para se poder contar com uma voz profundamente comprometida com a defesa dos melhores interesses dos Caldenses, até porque o PSD, quantas vezes sem escrutínio democrático, acabou por usar e abusar da maioria absoluta de que tem usufruído ao longo dos anos.

J.C.: Mudou a sua visão da sua candidatura?

J.C.F.: Não é por acaso que o lema da CDU para esta campanha eleitoral é (Re)Afirmar as Caldas! Significa isto que nos últimos quatro anos, nenhum dos problemas fulcrais com que o concelho se debate (Centro Hospitalar, Termalismo, Linha do Oeste, desassoreamento e despoluição da Lagoa de Óbidos, etc.) encontrou alguma solução; pelo contrário, em muitos casos, o quadro, desgraçadamente, até se agravou.

J.C.: Criticou o executivo de Tinta Ferreira por causa dos prédios abandonados e degradados nas Caldas da Rainha. Qual a sua proposta para essa problemática?

J.C.F.: A questão fundamental é, desde logo, não fingir que o problema não existe e logo a seguir, manifestar vontade real em resolvê-lo. O que propomos passa por, consoante as situações, conjugar e aplicar um conjunto de medidas, tais como: identificação dos proprietários e negociação com estes, estabelecendo prazos concretos de intervenção ou aquisição pelo município visando o fomento de habitação jovem, incentivos fiscais à reabilitação, penalização com a taxa máxima de IMI face à inação ou ainda intervenção coerciva com apresentação posterior de fatura aos donos das casas, etc. No caso porventura mais grave, o dos blocos de apartamentos construídos sobre uma linha de água e, cujo pernicioso licenciamento é incompreensível, impõe-se inquirir junto da instituição financeira que detém os edifícios o que está disposta a fazer para regularizar o leito de cheia e obter uma previsão para a conclusão do empreendimento. Em última análise, recorrer à implosão. Para agir proactivamente nesta frente, recomendamos a constituição de uma Comissão Municipal com a obrigatoriedade de apresentar regularmente um relatório em sede de Assembleia Municipal.

J.C.: Não concorda com o rumo que o concelho está a levar com a gestão social-democrata? Que mudanças gostava de ver implementadas?

J.C.F.: A pergunta sobre uma eventual concordância com o rumo determinado pela atual maioria PSD, só pode ser respondida com um rotundo «não»! Os motivos para esta recusa prendem-se com a ausência de soluções para os problemas acima identificados na segunda pergunta deste questionário, a que se juntam a ausência de perspetivas para o relançamento da atividade industrial cerâmica, uma débil capacidade de atração turística, uma área agrícola utilizada no concelho, inferior à média nacional, questões sérias e preocupantes que são, aliás, reiteradas pelo relatório do Plano Estratégico a ser aplicado até 2030.

J.C.: A estratégia de desenvolvimento das Caldas da Rainha até 2030 define que o termalismo será o motor de dinamização do concelho. Qual é a sua estratégia para o relançamento do termalismo nas Caldas?

J.C.F.: Sobre o Termalismo, o primeiro aspeto que deve ser sublinhado é que as águas termais de Caldas da Rainha possuem características terapêuticas únicas, que as diferenciam de forma muito particular de todas as outras. Daí que o termalismo na nossa cidade deva estar centrado no funcionamento em pleno do Hospital Termal, repondo a comparticipação dos tratamentos termais pelo Serviço Nacional de Saúde. A recente petição nesse sentido, lançada pela APT – Associação Portuguesa de Termas, à qual a Câmara Municipal aderiu e convida todos a subscrever, de forma a poder ser debatida na Assembleia da República confirma, de uma assentada, aspetos essenciais: Tal como a CDU alertou atempadamente, a chantagem exercida pelo ministério da Saúde visando o encerramento do Hospital Termal, iria ter consequências desastrosas; de seguida, que a dimensão pública é indispensável e estruturante, sem prejuízo da participação de privados, a quem caberia um papel supletivo.

É preciso afirmar, com total frontalidade, que o projeto de instalação de um hotel nos Pavilhões do Parque, nos moldes em que está desenhado, não defende o relançamento do Termalismo, pelo contrário o ameaça, tendo em conta que, para além de se apropriar abusivamente de espaço público, subtraindo três entradas para o Parque (sendo uma delas o Céu de Vidro, engolido pela volumetria excessiva do empreendimento), viola o PDM em vigor e até a própria preservação da pureza das águas termais devido à pretensão de construir uma cave subterrânea com 3 pisos para estacionamento e área técnica.

J.C.: O que falta no concelho das Caldas da Rainha para atrair investimentos?

J.C.F.: Para atrair investimento para o concelho seria imprescindível haver uma estratégia articulada. Dela, contamos apenas com arremedos e declarações de intenção. E é assim que, por exemplo, as Zonas Industriais carecem com urgência de reabilitação, ou ser débil o acolhimento dado ao desenvolvimento de novas tecnologias e á inovação. Também neste aspeto o Plano Estratégico aprovado confirma ser imperioso agir e sugere algumas metodologias de intervenção. Se, no entanto, vier a ocorrer o que se passou com a anterior Plano Estratégico cuja taxa de execução foi quase nula, então não haverá lugar para nenhum otimismo.

J.C.: Quais são os principais problemas das Caldas da Rainha que gostava de ver resolvidos e qual a sua prioridade para o concelho?

J.C.F.: A prioridade situa-se na resolução e superação dos obstáculos que entravam o funcionamento do Hospital Termal, matriz da cidade e, em condições adequadas, o seu principal motor económico. Porém, resolução e superação essas baseadas numa firmeza de posições, de todo afastadas da submissão e da complacência verificadas com o executivo municipal e num diagnóstico rigoroso, sem perspetivas enganosas a confundir desejos com realidades como agora sucede. Os outros principais problemas a resolver na vida do Concelho estão caracterizados nos pontos 2 e 4 deste inquérito.

J.C.: O que é que defende para as freguesias rurais do concelho?

J.C.F.: As freguesias necessitam de uma maior atenção, fazendo-as usufruir de medidas de extensão da reabilitação urbana, combatendo o isolamento das populações, reforçando a disponibilidade de pontos de apoio informático nas Juntas de Freguesia, não abdicando de acessibilidades funcionais, nomeadamente com uma nova estrada Caldas- Santa Catarina- Benedita, recorrendo ao financiamento intermunicipal com a Câmara de Alcobaça. Importa também reverter a agregação de freguesias, que no concelho de Caldas assumiu um bizarro perfil, repondo as freguesias originais.

J.C.: Caldas da Rainha tem-se afirmado nos últimos anos com a realização de diversos eventos e iniciativas com bastante projeção, como por exemplo o Oeste Lusitano, Feira dos Frutos, iluminação de Natal. Estes eventos são sustentáveis? E podem sê-lo no futuro?

J.C.F.: A lógica da promoção de eventos é a consagração do pontual e casuístico e, por consequência, a negação de uma política cultural coesa, coerente, continuada e abrangente, cujos resultados serão sempre mais profundos e profícuos. Por outro lado, a rentabilidade económica direta, sendo um aspeto que, evidentemente, não é descartável, não pode nem deve, ao contrário do que o economicismo vigente procurar impor em todos os quadrantes, ser o único critério aplicável. Há situações em que o dinheiro gasto é um desperdício injustificável (veja-se, por exemplo, a despesa que a Câmara teve com um espetáculo musical que correspondia a uma iniciativa de promoção de uma grande superfície comercial) e outras, mesmo que deficitárias, que correspondem a serviço virado para a comunidade.

J.C.: Quais os pontos mais relevantes que diferenciam a sua candidatura das outras? Como vê os seus adversários?

J.C.F.: Neste processo eleitoral, tenho por todos os meus adversários, estima e consideração pessoal sinceras. Trata-se de debater diferentes visões, com o objetivo de se alcançar o que se acredita poder vir a representar uma melhoria da qualidade de vida dos munícipes e a obtenção do seu inalienável direito à felicidade.

A CDU, força política prestigiada pelo seu desempenho exercido na gestão autárquica no plano nacional, não é, ao contrário do que alguns insinuam, dominada pela maledicência. As suas posições críticas são fundamentadas pela análise crítica da realidade e a sua solidez tem vindo a ser comprovada em muitos aspetos gravosos da nossa vida coletiva (CHO, Hospital Termal, Lagoa, Linha do Oeste). É com esta força que os caldenses podem contar. Com toda a confiança!

Marlene Sousa

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