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Requalificações e atividades previstas

Bairro de São Cristóvão começa a ter nova imagem

Francisco Gomes

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A população de São Cristóvão viu inaugurado no passado sábado um espaço de manutenção física e a imagem do santo que deu o nome ao bairro, colocada no largo junto ao polidesportivo e jardim de infância, que passou a chamar-se “Largo de São Cristóvão”. Foi ainda entregue aos moradores um pequeno livro denominado “Conversas com História”, sobre o bairro, onde a autarquia vai investir perto de 350 mil euros para requalificar o espaço e melhorar a qualidade de vida de quem ali reside, levando a que tenha orgulho neste aglomerado à entrada sul da cidade.
Inauguração do ginásio ao ar livre com os vereadores a estrearem equipamentos

A União de Freguesias de Nossa Senhora do Pópulo, Coto e São Gregório gastou cerca de cinco mil euros para a instalação de um parque fitness, de manutenção física, colocação de uma estátua com imagem de São Cristóvão e produção de um pequeno livro sobre o bairro situado na entrada sul da cidade das Caldas da Rainha.

A inauguração aconteceu no passado sábado, tendo o primeiro momento sido dedicado ao parque fitness, com vários equipamentos para realização de exercícios, que foram alvo de demonstração por parte do Balance Club, ginásio em São Cristóvão.

O segundo momento foi dedicado à estátua feita em barro da autoria do cerâmico caldense Victor Mota, com atelier no bairro.

Segundo explicou, depois de agradecer o convite para realizar a obra, foram utilizados 150 quilos de barro grés, cozido a 1300 graus, decorado com engobe castanho e fundo branco. A imagem do santo é acompanhada por um menino que tem em mãos a representação do mundo.

Chegou depois a vez da apresentação do livrinho “Conversas com História”, trabalho que resulta da cooperação entre a União de Freguesias, o Centro de Recursos Comunitário da Santa Casa da Misericórdia das Caldas da Rainha – CLDS 3G (Contrato Local de Desenvolvimento Social – 3ª Geração) e cinco moradores do bairro (Artur Lopes, Carlos Silva, Elisa Silva, Paulino Vala e Rodrigo Amaro).

“Este pequeno livro resulta das conversas que tivemos em conjunto na tentativa de contar a história do bairro, para que esta possa ser recordada e transmitida às novas gerações”, explica a organização do mesmo.

De acordo com a obra, localizado no extremo sudoeste do concelho, o bairro tem uma área de 653.643,59 metros quadrados, estando no limite com o concelho de Óbidos. O lote de terreno onde é atualmente o bairro pertencia na década de 40 do século passado à Santa Casa da Misericórdia de Óbidos e tinha o nome de Casais de Pedrógão.

Com o início da construção do quartel do Regimento de Infantaria nº 5 a mão de obra necessária encontrou alojamento no bairro. No início da década de 50 dá-se a abertura do posto de abastecimento e restaurante de luxo “São Cristóvão”, que tinha um nicho com uma estátua de São Cristóvão (padroeiro dos viajantes, motoristas e peregrinos). A água chega a este local por esta altura, sendo “um bairro simples e muito pobre, que não tinha ruas, água ou saneamento”.

Famílias com alguns problemas sociais eram ali mantidas em barracas, que iam sendo ampliadas e construídas à medida que a população aumentava. A aparência das suas construções determinou que em certa altura o bairro fosse vulgarmente conhecido pelos caldenses como “bairro da lata”.

O futebol movia e juntava a população do bairro, formando-se o Grupo Desportivo de São Cristóvão, que se extinguiu nos anos 80, quando o terreno onde se localizava o campo de futebol foi reivindicado pelo proprietário.

Chegou a existir outro clube de futebol, o Estrela Negra.

Após o 25 de abril, a Câmara comprou os terrenos de São Cristóvão, na tentativa de urbanizar, legalizar as construções e melhorar a sua habitabilidade. Vendeu aos moradores ao preço simbólico de 250 escudos o metro quadrado.

Do ponto de vista da economia, existiram duas fábricas e a Matel, posteriormente Audiomagnética, que deram emprego a muita gente, a maioria fora do bairro.

Atualmente tem algumas organizações com dimensão, como o Grupo Autojúlio e o Centro de Formação para Indústria Metalúrgica e Metalomecânica (Cenfim).

Estima-se que ali residam 200 pessoas. A população encontra-se envelhecida, havendo poucos jovens.

Num inquérito efetuado em 2015 foi indicada a existência de poucos espaços verdes, a degradação dos espaços públicos, a falta de um espaço de convívio, a necessidade de maior limpeza no bairro e dos pinhais, e a falta de passeios.

Para Rodrigo Amaro, de 26 anos, “é um bairro muito calmo e pacífico. A população é próxima e bairrista. Conhecem-se e têm confiança uns nos outros”.

Este morador aproveitou para dizer que o livrinho lançado assim com as pequenas obras realizadas são importantes “para fortalecer as relações entre as pessoas que vivem neste bairro”.

No seu entender, “ainda há poucos anos o bairro parecia um pouco distante da cidade”, o que “tem mudado nos últimos quatro anos”, pela intervenção da Câmara e da União de Freguesias, embora “ainda haja muito para fazer”.

Vítor Marques, presidente da União de Freguesias, comentou que tem procurado dar uma “maior proximidade” ao bairro, que considerou ser “unido”. Admitiu vir a celebrar o dia dedicado a São Cristóvão – 25 de julho.

Revelou depois que um dos problemas do bairro são os eucaliptos junto à Escola de Sargentos do Exército. A instituição militar fez um projeto para a retirada dos eucaliptos e alguns pinheiros a partir de 13 de agosto, que serão substituídos por uma plantação de pinheiros mansos.

Também no âmbito do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU) existe oportunidade de serem feitas requalificações há muito necessárias.

Lalanda Ribeiro, presidente da Assembleia Municipal, destacou o trabalho do técnico Ricardo Oliveira e da equipa do CLDS da Misericórdia, na promoção do sentimento de cidadania entre os moradores no bairro, que “é periférico”, havendo necessidade de não se sentirem “marginalizados” mas sim “integrados na cidade”.

“Espero que este bairro continue a desenvolver-se e contribua para o desenvolvimento do concelho”, manifestou.

Tinta Ferreira, presidente da Câmara, lembrou que era vereador da educação em 2002 quando foi inaugurado o jardim de infância, uma das mais-valias do bairro, que substituiu o parque de sucatas existente. “Muitos caldenses procuram este jardim, que normalmente está cheio”, indicou.

Sobre a intervenção no âmbito do PEDU a efetuar no bairro, relatou que “candidatámo-nos a fundos comunitários que permitem a reabilitação e requalificação de habitações e arruamentos degradados, e do polidesportivo”. As obras envolvem 284 mil euros.

De acordo com Tinta Ferreira, na componente social estão previstos 65 mil euros para ações que passam por sensibilização sobre tratamento e manutenção da habitação e espaços públicos, promoção da melhoria da qualidade de vida do idoso, através da ocupação saudável dos seus tempos livres (atividades recreativas, lúdicas e de lazer), formação jovem e atividades extracurriculares lúdico-desportivas, desporto inclusivo, convívios que promovam a autonomia do idoso no seu meio habitual, envolvendo a comunidade e as entidades no apoio a este público específico, formação e sensibilização sobre civismo, e atividades de ocupação de tempos livres.

Após as cerimónias protocolares houve um pequeno beberete com produtos que a população e a União de Freguesias reuniram.

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