O CHO tem sido notícia nos últimos meses pela situação de precariedade em que se encontram muitos dos seus profissionais, mediados por empresas de outsourcing e a recibos verdes. Este foi um dos assuntos abordados no contacto com trabalhadores e na reunião com o CA. Heitor de Sousa questionou diretamente os membros do CA se a atual estrutura e serviços prestados pelo CHO têm a capacidade e a necessidade de integrar os 180 trabalhadores precários (assistentes operacionais, técnicos, entre outros) que estiveram em greve pelos seus direitos.
De acordo com o BE, “o CA reconheceu que não só existe a capacidade e a necessidade de o fazer como até seria útil aumentar o quadro de pessoal. Admitiu ainda que a precariedade a que os profissionais estão submetidos é uma situação “penalizadora”, que prejudica a qualidade e o normal funcionamento dos serviços”. Para o BE não restam dúvidas: o compromisso do Governo para regularizar as situações de trabalho precário no Estado tem de incluir todos os precários e precárias que se encontram nesta situação. “Quem trabalha há décadas num hospital e a quem são devidas carreiras profissionais e direitos no trabalho, tem de ver reconhecida a sua relação laboral diretamente dependente da respetiva instituição”, sustenta.
“Durante a visita aos serviços foi ainda evidente a falta de recursos materiais fundamentais ao quotidiano dos profissionais do hospital e utentes. Foram diversos os relatos e as evidências: escassez de meios de deslocação, falta de cacifos para os utentes, equipamentos eletrónicos avariados há meses, sem previsões para reparação e em número insuficiente, falta de camas articuladas para crianças, falta de quartos de isolamento, equipamentos envelhecidos e em fim de vida útil”, descreve o BE.
“Algumas das dificuldades encontradas evidenciam mau planeamento e organização. É o caso do elevador por onde têm de ser transportadas as macas com doentes, que não tem dimensão adequada para o serviço, ou os óculos de proteção contra raios infravermelhos utilizados num equipamento especial e que há meses aguardam substituição, com queixas frequentes, tem as hastes partidas e uma lente fixada com fita-cola. O tipo de carências materiais detetadas em Peniche é comum também nos hospitais de Caldas da Rainha e Torres Vedras”, adianta.
Durante a visita constatou-se que “há duas alas inteiras do Hospital que continuam desocupadas, onde antes funcionava um bloco operatório para cuidados de urgência e um centro de análises”. “A redução de valências médicas que o hospital sofreu ao longo da última década é especialmente negativa numa região onde a população local apresenta elevadas dificuldades de deslocação, com quase total ausência de transportes públicos para os diversos hospitais do CHO, e onde a densidade populacional de verão é muito elevada”, manifesta o BE.
Por outro lado, “a ausência de uma unidade de saúde familiar no centro de saúde de Peniche tem como consequência o sobrecarregamento dos serviços de urgência”. “Tal como acontece noutras zonas do país, a requalificação dos cuidados de saúde primários é condição para a melhoria dos cuidados prestados pelo Serviço Nacional de Saúde”, considera.
O BE anuncia que após esta visita desenvolverá algumas iniciativas legislativas junto do Governo no sentido de encontrar as mais breves e melhores soluções para os problemas identificados.
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