Mónica Oleastro, investigadora na área da saúde, tem um BMW i3 – 100% elétrico há onze meses. O veículo tem uma autonomia máxima de 130 km, mas depende muito da velocidade a que se desloca. “Quanto maior a velocidade, menor a autonomia. Depois, também depende da utilização do ar condicionado e da carga suportada pelo veículo, ou seja, terá menor autonomia se for com a lotação máxima de 4 pessoas, do que com uma pessoa apenas”, explicou ao JORNAL DAS CALDAS.
Reside e trabalha em Lisboa, mas costuma passar os fins de semana na sua casa de férias em São Martinho do Porto. Utiliza a viatura diariamente no seu percurso casa/trabalho, e uma vez que no seu local de trabalho “não tenho disponível um carregador, então carrego em casa, na garagem, durante a noite toda”.
Está satisfeita com a viatura porque satisfaz as suas necessidades diárias “no que respeita ao meu percurso para o trabalho”. De Lisboa a São Martinho é que a deslocação se torna mais difícil, pois “não posso pôr pé a fundo” e tem sempre que parar em Torres Vedras para carregar a bateria, uma vez que não existe nenhum carregamento rápido na A8.
A isenção de impostos foi um dos motivos que levou Mónica a tomar a decisão de comprar uma viatura elétrica.
A maior vantagem agora de ter um carro elétrico é para esta responsável a “poupança no combustível”. Quanto a revisões, ainda não fez nenhuma, por isso não pôde comentar. E a maior desvantagem “é estar muito limitada para fazer viagens grandes”.
Quando decidir comprar outra viatura, Mónica Oleastro não sabe se será elétrica. “Tudo vai depender dos avanços nas performances dos carros elétricos, sobretudo ao nível da autonomia”, apontou.
“Acredito que é necessária uma alternativa aos combustíveis fósseis, agora se o futuro é o elétrico ou são os biocombustíveis, não sei dizer”, adiantou.
“Acreditava que em 2016 tivéssemos carros elétricos mais baratos e mais autónomos”
Há seis anos a conduzir um carro elétrico, o caldense José Oliveira acreditava que em 2016 já “tivéssemos capacidade de ter carros elétricos mais baratos e com baterias com mais autonomia”.
Formado em Engenharia Mecânica, José Oliveira diz que “o custo elevado dos veículos elétricos é ainda um dos principais motivos para a fraca adesão à tecnologia em Portugal”.
Acredita que daqui a uns anos haja novos horizontes para os tornar mais autónomos e mais baratos. Tem esperança que “a marca norte-americana Tesla, de referência quando se fala nesta área, esteja a produzir uma revolução para que as baterias sejam alimentadas por painéis solares em casa, para nos libertarmos das ditaduras das grandes empresas de distribuição de energia”.
José Oliveira foi o primeiro caldense a adquirir um Nissan Leaf, cem por centro elétrico, que adquiriu no Auto Júlio. Ocarro elétricoé uma opção, não só por causa da poupança com os custos das suas deslocações, mas sobretudo pela sua “preocupação com o ambiente e com o planeta”.
Reside no Nadadouro e com este veículo consegue deslocar-se várias vezes à cidade sem necessidade de carregar as baterias.
Normalmente carrega as baterias do seu Leaf durante a noite e, uma vez que possui a tarifa tri-horária, “a um preço muito económico”, mas quando vai às Caldas também deixa o carro a carregar num dos pontos de carregamento até “porque estão bem situados perto do centro”. Lamenta, no entanto, que muitas vezes os postos de abastecimento doscarros elétricosestejam avariados.
Já tem o Leaf há cerca de seis anos e está satisfeito. O seu carrotem uma autonomia de cerca de 120 quilómetros. “Se eu estiver sozinho no carro, tem mais capacidade. Se tiver mais pessoas tem menos autonomia e se eu andar num regime de 80 ou 100 à hora, a autonomia também dura mais do que se eu andar a 120 à hora”, explicou. Quando decidir comprar outro veículo será novamente 100% elétrico, mas com mais autonomia. As viagens com o seu carro elétrico para fora das Caldas da Rainha são nos dias hoje mais fáceis porque a rede de postos de carregamento PúblicaMobi.E. já está mais desenvolvida. Mas mesmo assim, em grandes deslocações é preciso estudar o percurso para ver onde existem os pontos de carga. Para a deslocação a outros destinos onde não haja locais para carregar o veículo “é preciso cautela, porque não vamos pedir eletricidade emprestada”.
Segundo José Oliveira, existem dois tipos de carregamento para os veículos elétricos, o normal (em corrente alternada) e o rápido (em corrente contínua).
O carregamento rápido mais perto das Caldas é só na zona deAveiras e na A8 se quiser carregar o carro tem que parar em Torres Vedras.
O engenheiro mecânico é um sonhador e lutador pela sustentabilidade e ecologia, que considera ser um grande “desafio para países domundointeiro”. “Omundosofre e grita por socorro com os sinais que nos tem dado”, afirma o docente aposentado, consciente de que a civilização continua a poluir o mundo.
Marlene Sousa
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