Dirigido a psicólogos, bem como a outros profissionais com interesse no tema, o evento contou com uma plateia de cerca de 140 participantes. A sessão de abertura foi conduzida pela coordenadora da Unidade de Psicologia Clínica de Torres Vedras, Alexandra Seabra, e contou com a presença do Bastonário da Ordem dos Psicólogos, Telmo Baptista, do diretor clínico do CHO, António Curado, da vereadora da Câmara Municipal de Torres Vedras, Ana Umbelino, e do vereador da Câmara Municipal de Caldas da Rainha, Hugo Oliveira.
Do programa fizeram parte quatro painéis, onde foram abordadas temas como a «Comunicação e Perda», «O Luto», a «Reformulação do Luto» e «Perdas e Luto no Cuidador Formal e Informal».
O primeiro painel, «Comunicação e Perda», moderado por Solange Fernandes, psicóloga na Unidade de Psicologia Clínica de Caldas da Rainha do CHO, teve como oradoras Rute Pires, do Centro Hospitalar Lisboa Central, e Joana Faria, do INEM. Ao longo do painel foi destacada a importância da comunicação verbal e não verbal na notificação de más notícias, nomeadamente a privacidade e demonstração de disponibilidade, a relação estabelecida e a linguagem utilizada. Foi salientada a relevância de a comunicação ser simples, verdadeira e honesta. Foi também salientado que é necessário que os profissionais tenham formação na comunicação de más notícias, seguindo um protocolo de atuação.
O segundo painel, «O Luto», foi moderado por Alexandra Seabra, e contou com a intervenção de Maria de Jesus Moura, psicóloga na Unidade de Pediatria do Instituto Português de Oncologia de Lisboa, que abordou várias temáticas, entre elas a elaboração do conceito de morte ao longo do desenvolvimento nas crianças, como comunicar a morte de alguém, a reação dos pais e as suas dificuldades de abordar estas temáticas, tendo em conta a idade e o desenvolvimento.
Seguiu-se o testemunho de uma mãe em luto há 11 anos. Maria Gomes falou do seu filho Miguel, vítima de morte súbita em 2005, tinha 27 anos. Retratou na primeira pessoa tudo o que os oradores anteriores tinham abordado: «O chão a desabar, a dor intensa de sentir um abraço, a zanga do porquê ele, o dormir com a capa da tuna do filho, o luto prolongado para o resto da vida e a procura de informação, fé e partilhas” e onde encontrou o Grupo de Pais em Luto do Oeste.
Após almoço seguiu-se o painel «Reformulação do Luto» moderado por Catarina Severiano, psicóloga na Unidade de Psicologia Clínica de Torres Vedras. Durante a intervenção das oradoras do Centro de Reabilitação de Paralisia Cerebral Calouste Gulbenkian, Iolanda Gil e Inês Carvalhão, foram abordadas questões acerca das estratégias mais utilizadas na intervenção com famílias com filhos com paralisia cerebral. Filomena Sousa, do Campus Neurológico Sénior, abordou o impacto das doenças neurodegenerativas, em particular das demências, quer do ponto de vista epidemiológico, quer ao nível do doente e respetiva família. Foi ainda salientada a importância da intervenção multidisciplinar junto destes doentes e respetivos cuidadores.
O último painel dedicado às «Perdas e Luto no Cuidador Formal e Informal» teve como oradoras a psicóloga Marta Pavoeiro e a enfermeira Joana Bragança, que pertencem à equipa de Cuidados Continuados e Paliativos do Hospital da Luz, sob a coordenação de Isabel Galriça Neto. Trouxeram numa primeira parte os princípios e modelos orientadores da sua prática e intervenção, colocando no centro da sua abordagem o paciente e a sua família, bem como a atenção que é dada aos cuidadores formais. Numa segunda parte, descreveram a investigação que estão a levar a cabo, no âmbito do acompanhamento aos cuidadores informais, ao longo do seu processo de luto. O painel foi moderado por Maria Manuel Carvalho, psicóloga na Unidade de Psicologia Clínica de Torres Vedras do CHO.
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