Tónus Global, que contratou os 180 trabalhadores para exercerem funções de auxiliares, administrativos, técnicos de diagnóstico e enfermeiros nos três hospitais do centro hospitalar, “não tem forma de pagar o mês de agosto aos trabalhadores porque o CHO está a dever dinheiro à empresa”, afirmou a auxiliar Carla Jorge, nomeada porta-voz pelo Sindicato da Função Pública.
Contactado pelo JORNAL DAS CALDAS, o Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Oeste informou por escrito que “nos Serviços Financeiros não existe dívida vencida relativa aos serviços prestados pela empresa Tónus Global”, informando que iriam fazer diligências junto da “empresa para apurar a situação”.
Em declarações a este órgão de comunicação social, Nuno Silva, gerente da empresa Tónus Global com sede em São Mamede de Infesta, disse que apesar de os atrasos de pagamento pelo CHO serem frequentes, pela primeira vez “a empresa chegouao ponto derutura, sem dinheiro para pagar os salários e comunicou o problema à administração” do centro hospitalar em tempo útil.
Nuno Silva revelou que o CHO deve à Tónus Global 1,2 milhões de euros, mas só 800 mil euros são considerados “dívida vencida”, acrescentando que “em vez dos 60 dias, o Centro Hospitalar do Oeste tem vindo a pagar a 180, deixando a empresa sem margem financeira”.
No entanto o gerente da Tónus Global disse ao JORNAL DAS CALDAS que na quinta-feira depois da administração do CHO ser contatada pelos meios de comunicação social devido à ameaça de greve dos trabalhadores, recebeu um telefonema de um elemento dos Serviços Financeiros do CHO comunicando-lhe que na “sexta-feira iriam fazer a transferência de 272 mil euros e que na terça-feira procederiam ao pagamento de mais umatranche no valor de 400 mil euros” o que totaliza o montante de “672 mil euros”. O responsável garantiu ao JORNAL DAS CALDAS que logo que a verba prometida pelo CHO estivesse disponível “iria pagar os salários aos trabalhadores”. Nuno Silva espera ter os ordenados pagos aos 180 funcionários até sexta-feira, dia 16 de setembro”.
Segundo Carla Jorge, a maioria dos funcionários subcontratados do Centro Hospitalar do Oeste ganham o ordenado mínimo e este atraso está a “afetar alguns que não têm dinheiro para pagar as contas de casa”.
Outra reclamação dos trabalhadores da empresa é que o CHO se recusa a autorizar que regressem às 35 horas semanais. “Na altura que o Governo aumentou o horário detrabalhodos funcionários públicosnós assinámos uma avença para fazermos 40 horas e agora que este Governo repôs as 35 horas nós continuamos a fazer as 40 o que é muito injusto”, revelou a porta-voz .
Carla Jorge também falou dos contratos precários que não dão estabilidade aos funcionários e “das horas e turnos que por vezes fazem a mais sem receber um cêntimo”.
Os cerca de 30 trabalhadores concentraram-se em protesto também na sexta-feira à porta da Comunidade Intermunicipal do Oeste onde decorria a cerimónia de acolhimento dos novos especialistas de Medicina Geral e Familiar que integraram recentemente as unidades de saúde do ACES – Agrupamento de Centros de Saúde Oeste Norte. A porta voz do grupo, foi recebida por Rosa Valente Matos, presidente do Conselho de Administração da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) que lhe garantiu que já tinha falado com o Conselho de Administração do CHO que lhe disse que “o pagamento dos funcionários já estava a ser resolvido”.
Carla Jorge referiu à imprensa que foi muito bem recebida “pela presidente da ARSLVT que lhes deu esperança” e que da parte do Conselho de Administração do CHO “não recebeu nenhuma resposta nem sequer a receberam ”.
Marlene Sousa
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