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Campanha nas Caldas

PS defende reorganização dos cuidados de saúde no Oeste

Francisco Gomes

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A cabeça de lista do PS no distrito de Leiria, Margarida Marques, acompanhada de outros candidatos, dedicou o dia 22 de setembro às Caldas da Rainha, com visitas à empresa cerâmica Molde, à Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha, à Câmara Municipal, ao Hospital e Hospital Termal, sendo o ponto alto a sessão “Por uma reorganização dos Cuidados de Saúde no Oeste”, no Sana Hotel, seguindo-se um jantar com militantes no restaurante Zé do Barrete e apresentação de um livro de Correia de Campos na Biblioteca Municipal.
Sessão sobre saúde no Sana Hotel

Na sessão sobre a saúde, Sara Velez, presidente do PS caldense, começou por dizer que o partido “elegeu a questão da saúde como prioridade da sua agenda política nestas legislativas”. “Não podia ser de outra forma, não tivessem sido os últimos quatro anos deste Governo liderado pela coligação marcados pela destruição progressiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS). E no concelho das Caldas, e também em todos os concelhos do distrito, esta agenda ideológica teve efeitos nefastos naquilo que é a qualidade do serviço prestado aos utentes dos serviços de saúde pública”, referiu.

“A população tem sofrido as consequências diretas de uma deficiente prestação de cuidados de saúde e do encerramento definitivo do termal, mas também tem sofrido as consequências indiretas que decorrem desta situação: sabemos as consequências negativas que tivemos no comércio, na restauração, nos alojamentos, no turismo, entre outras”, indicou.

A dirigente recordou que o PS caldense constituiu, há cerca de três anos, uma comissão permanente de acompanhamento para as temáticas da saúde. “Foi nesse âmbito que nestas eleições legislativas inscrevemos no programa dos candidatos a deputados do PS pelo distrito de Leiria o compromisso de reorganizar os cuidados de saúde hospitalares no sul do distrito através de novas soluções organizativas que permitam requalificar o acesso a cuidados de saúde diferenciados, reforçando, igualmente, as respostas nos cuidados continuados integrados”, declarou.

“Esta nova forma de organização tem que respeitar antes de mais as condições de acesso aos serviços. Um governo do PS não pode permitir que utentes com elevadíssimas vulnerabilidades socioeconómicas deixem de aceder aos serviços”, vincou.

Filomena Cabeça fez uma reflexão sobre o trabalho desenvolvido pela equipa de estudo do PS caldense sobre a matéria da saúde e a reorganização dos cuidados de saúde do Oeste.

“Verificamos que neste último mandato houve uma perda de qualidade dos cuidados de saúde e daí haver tantos problemas graves”, referiu a mandatária concelhia da campanha do PS.

A especialista em Farmácia, que trabalha no Centro Hospitalar do Oeste (CHO), declarou que nas Caldas da Rainha a unidade de saúde passou de 144 para 124 camas. “Perdemos 18 de ortopedia, ganhámos 9 na obstetrícia, perdemos a reumatologia e a fisiatria. É insuficiente para as necessidades de internamento”, descreveu, adiantando que o número de consultas e de intervenções cirúrgicas também diminuiu, socorrendo-se de dados da Administração Regional de Saúde e constantes de uma entrevista dada pelo presidente da administração do CHO ao JORNAL DAS CALDAS em 2014.

“Nos cuidados de saúde primários, o panorama também não é bom, com falta de recursos médicos e de enfermagem. No distrito há 70 mil habitantes que não tem médico de família”, sublinhou.

Para o futuro, Filomena Cabeça relatou o cenário pretendido: “Que seja elaborado um projeto estruturado com visão estratégica a médio e longo prazo. O hospital das Caldas precisa de continuar a prestar cuidados cada vez mais diferenciados. Importa desenvolver o turismo de saúde. Pretendemos um modelo de gestão com enfoque nos cuidados primários, a implementação de um modelo de gestão clínica assente num médico gestor da doença dos utentes e apostar nos cuidados de proximidade nas freguesias.

“Vamos estabilizar a hemorragia de disparate em que se tem vivido nos últimos tempos”

Adalberto Fernandes, especialista em saúde pública, que em fevereiro deste ano, num debate nas Caldas da Rainha, foi anunciado como possível ministro da saúde num Governo PS, disse que “a primeira a fazer no Oeste é acabar com o clima de conflitualidade e fazer com que o SNS seja um fator de agregação dos cidadãos e de coesão”. “É um território magoado pela política de saúde da tutela”, manifestou.

“Nestes últimos anos, a política na área da saúde foi um exercício errático de medidas e foi sempre uma ideia de desvitalização do serviço público para empurrar a classe média e média-baixa para uma zona de procura fora do circuito público”, afirmou.

Uma das ideias do programa socialista são as “farmácias comunitárias”. “Temos uma proposta inovadora que é fazer delas apoios ativos, porque a responsabilidade pública pela proteção na saúde não se esgota no dueto médico/enfermeiro”, explicou.

Advertiu também que “é tão mau para o SNS um gestor descuidado e desleixado como uma gestão que vive obcecada pelo corte e pelo sucesso financeiro”.

“É normal o hospital das Caldas da Rainha fazer cinco cataratas por semana, numa zona que tem um problema de envelhecimento e carência de cirurgia deste tipo? Puxo este exemplo porque as listas de espera nestas áreas tão sensíveis são indicadores de ineficiência extrema de uma unidade hospitalar pública”, disse.

E acrescentou: “Tem de se criar condições para rejuvenescer o corpo de profissionais médicos e enfermeiros, para atrair e fixar jovens internos”.

Se o PS ganhar as eleições, Adalberto Fernandes promete que “vamos repor respostas que foram anuladas e não fazer reformas à pressa. Primeiro vamos estabilizar a hemorragia de disparate em que se tem vivido nos últimos tempos e a seguir encontrar uma solução definitiva que tem de ser discutida de baixo para cima e não ao contrário, em diálogo social”.

Correia de Campos, que foi duas vezes ministro da saúde, a última das quais entre 2005 e 2008, foi direto sobre a necessidade de um novo hospital e consenso na sua localização: “As pessoas das Caldas da Rainha já erraram por duas vezes – uma vez no meu tempo e outra na minha imediata sucessora Ana Jorge. Espero que não voltem a perder tempo. É necessário preparar a negociação com o espírito aberto. Se não fizermos isso os ministros passam e Caldas da Rainha continua como está”. “Não me venham perguntar onde é que deve ficar o hospital. Duvido que alguém seja capaz o dizer sem estudos prévios. Mas o que digo é se devem preparar para essa negociação”, concluiu.

A cabeça de lista pelo distrito, Margarida Marques, referiu que “os problemas da saúde no distrito são extremamente complexos” e elogiou a presença de António José Correia, presidente da Câmara Municipal de Peniche, independente eleito da CDU, explicando que vem no seguimento dos contatos efetuados com aquela autarquia para o apuramento da situação dos cuidados de saúde no concelho.

“Em Peniche, 50% da população não dispõe de médico de família e no norte do distrito há unidades de saúde familiar que não têm médicos de família. Há um déficit enorme no SNS”, salientou.

Francisco Gomes

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