Os números foram revelados no 32º Festival do Vinho Português e 22ª Feira Nacional da Pera Rocha, que decorreram no Bombarral entre 4 e 9 de agosto. Trata-se do certame vitivinícola mais antigo do país e um certame dedicado ao fruto nacional com mais venda no estrangeiro, a pera rocha.
Espera-se uma colheita de 140 mil toneladas de pera rocha, menos 60 mil do que no ano anterior. “Estamos a preparar tudo para fazer a colheita. Há uma quebra de produção acentuada, mas a qualidade será na mesma boa”, revelou Aristides Sécio, presidente da Associação Nacional de Produtores de Pera Rocha.
“Na agricultura não há certezas e é próprio do ciclo agrícola haver anos de grande produção e outros de quebra. Tem a ver com o período da floração que não foi tão amigo como é costume. Não havendo tanta produção, vai refletir-se na exportação, mas as organizações produtores vão tentar satisfazer os mercados tradicionais”, indicou.
A menor quantidade disponível poderá levar a uma oscilação dos preços. “Os preços têm sido muitas vezes abaixo da produção e pode haver um equilíbrio, mas não é tão linear assim, porque os consumidores têm outras frutas à disposição pelas quais podem optar. Mas os consumidores habituais poderão estar disponíveis para pagar um pouco mais”, referiu Aristides Sécio.
No que diz respeito ao vinho o panorama é mais animador. Vasco d’Avillez, presidente da Comissão Vitivinícola da Região de Lisboa, disse que as condições climatéricas favoreceram a produção de uva. “Fazia falta um bocadinho de chuva, mas do ponto de vista da qualidade e da quantidade da uva que está nas videiras está um ano bom e na nossa região está ótimo. Esperamos que se mantenha assim até à vindima, que deve ser este ano um pouco mais cedo. Estamos a contar com mais 20% de uva. A nossa região poderá produzir um milhão de hectolitros de vinho e a nível nacional Portugal, que produz num ano normal sete milhões de hectolitros, poderá atingir os 7,3 milhões”, relatou.
A autarquia do Bombarral quer aumentar a área de vinhas e pomares. José Vieira, presidente da Câmara Municipal, afirmou que “estamos apostados no alargamento da área de produção, porque queremos que esta atividade económica seja imparável”.
“A pera rocha é o principal fator económico do concelho, mais do que o vinho nos dias de hoje. Fazemos este evento em simultâneo para criar mais animação, tornando a festa maior”, declarou.
O Primeiro-Ministro, Passos Coelho, que inaugurou o festival no Bombarral, destacou que “é um evento muito importante. O Bombarral está no centro da zona de produção”.
“A pera rocha é um cartão de visita em todo o mundo e temos vindo a melhorar significativamente em qualidade vinícola e o Oeste tem sido também muito importante na qualificação dos nossos vinhos e já os começamos a ver mais nos restaurantes europeus”, comentou.
Quanto à pera rocha, o Primeiro-Ministro afirmou ser consumidor. “É uma fruta regular em minha casa”, afirmou ao JORNAL DAS CALDAS.
Francisco Gomes
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