No livro de Isabel Castanheira são expostas estas marcas deixadas por Rafael Bordalo Pinheiro nas Caldas da Rainha, e como tal serve como um guia para qualquer pessoa que queira descobrir mais sobre a herança do artista nesta cidade. “É preciso não esquecer que esse livro começou a ser escrito em 2005, por isso refere-se a uma realidade existente há quase dez anos” referiu Isabel Castanheira, apontando que algumas referências já não existem, mas ficam para sempre em memória por via do livro.
Esta visita, integrada nas festas da cidade, teve início na estação de caminho de ferro, onde se pôde observar os azulejos da fachada da gare e no interior, e os participantes puderam ver o lago das rãs, a primeira intervenção bordaliana integrada na recente reestruturação urbanística da cidade. Neste local, o vice-presidente da Câmara, Hugo Oliveira, fez uma breve apresentação, caracterizando-a como “a fonte mais bonita das Caldas”.
A visita continuou no Cencal, onde foi feita uma breve apresentação por José Luís Almeida e Silva, diretor de projetos especiais, o qual mostrou uma entrevista feita a Xohan Viqueira, artista espanhol que se inspirou em Rafael Bordalo Pinheiro para a realização das suas próprias peças, as quais estão expostas no jardim do centro de formação. A exposição, vista como “uma visão moderna do zé povinho” por alguns dos participantes, manteve a essência bordaliana.
Daqui o passeio seguiu para a Praça 5 de Outubro, onde se observaram alguns prédios com fachada de azulejos. Na Rua das Montras avistaram-se azulejos e medalhões de Bordalo até à Praça da República, azulejos arte nova da nova padaria taboense, a antiga sede Associação Comercial e Industrial das Caldas da Rainha, onde foi feita uma breve apresentação por Carlos Querido. De seguida, o passeio percorreu a Igreja de Nossa Senhora do Pópulo e o Hospital Termal, no qual foi feita uma visita guiada por Nicolau Borges. Chegou a hora de almoço e foi feita uma pausa na Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro, onde o almoço foi oferecido pela Câmara Municipal das Caldas da Rainha.
Após o almoço, a visita seguiu para o Centro de Artes e para o museu da Fábrica Rafael Bordalo Pinheiro, onde foi feita uma visita guiada por Elsa Rebelo. Houve depois uma breve passagem pelo Parque D. Carlos a caminho do Museu José Malhoa, onde, por visita guiada de Carlos Coutinho, diretor do museu, foi observada a obra de Rafael Bordalo Pinheiro “Vida de Cristo”. A visita terminou no Museu da Cerâmica, onde após a observação de algumas peças houve um lanche de despedida.
No final da visita, o JORNAL DAS CALDAS falou com alguns dos participantes para saber a opinião deles sobre esta rota. Alexandra Prista, diretora de atividades correntes do Centro Nacional de Cultura, achou o percurso muito interessante e disse que “este é um trabalho importantíssimo porque permite que as pessoas venham às Caldas e tenham uma rota já pensada e estruturada que permite que as pessoas tenham um conhecimento mais aprofundado sobre a obra do artista”.
João Botelho, coordenador do museu Bordalo Pinheiro, referiu que “o livro é uma forma fantástica de olhar para a cidade com os olhos de Bordalo”. João Paulo Cotrim, editor do livro “As Caldas de Bordalo”, disse que gostou muito e “foi muito bem preparado, muito útil do ponto de vista de informação, e ao mesmo tempo mostrou bem o valor que Rafael Bordalo Pinheiro tem como artista nos seus vários aspetos, mas sobretudo na cerâmica”. Cecília Lopes, participante, achou “muito interessante fazer toda a rota”.
Esta visita teve o apoio da Câmara municipal de Caldas da Rainha, da Associação Comercial dos Concelhos de Caldas da Rainha e Óbidos, do agrupamento de escolas Rafael Bordalo Pinheiro, da Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste, do Museu da Cerâmica, do Museu José Malhoa, da fábrica Bordalo Pinheiro e, a nível particular, de Miguel Macedo e Carlos Querido.
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