Segundo a agência Lusa, o investimento de 18 milhões de euros e a necessidade de concentração da produção e da mão de obra são justificados com a antiguidade das atuais unidades, que “laboram há 60 anos e já não se compadecem com os desafios de espaço e as novas exigências das certificações nacionais e internacionais” exigidas às indústrias conserveiras.
Os postos de trabalho “estão assegurados” na nova fábrica, de acordo com a empresa. Contudo, o presidente da Câmara de Peniche, António José Correia, mostrou-se preocupado com a decisão e com a eventual extinção dos 40 postos de trabalho que a Ramirez tem em Peniche, ao alertar que a maior parte dos trabalhadores tem “mais de 50 anos e não vai conseguir mudar a sua vida para lá [Matosinhos]”.
Em caso de despedimentos, António José Correia defendeu que as indemnizações deverão ter “uma discriminação positiva”, devendo ser calculadas acima do que prevê a legislação laboral. “Não ponho em causa que a Ramirez resolva o problema dos trabalhadores cumprindo com aquilo que a lei diz para cumprir, mas, como são pessoas com alguma idade que lá trabalham há muitos anos, a câmara entende que não pode ser só isso”, sublinhou.
O autarca considerou que é uma “grande ingratidão da Ramirez” para com Peniche, lembrando que os executivos municipais “nunca criaram obstáculos a que a fábrica funcionasse, mesmo quando algumas questões ambientais não estavam a ser cumpridas”.
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