Jorge Sobral, do PS, foi quem começou por criticar: “Não me parece sério nem transparente que quem está há tantos anos na Câmara se lembrasse de limpar a quinze dias das eleições. O PSD, com o dinheiro de todos nós, está a fazer campanha eleitoral, e não devia envolver instituições como o Exército”. “O comandante da Escola de Sargentos caiu num logro e isto deve ser imediatamente corrigido”, vincou.
Lino Romão, do BE, reforçou ser “um ato eleitoralista”, que “reduz o Exército a uma brigada de intervenção rápida no graffiti caldense”, considerando que “fica mal ao Exército deixar-se envolver numa situação destas”.
“Se for uma ação séria, só pode terminar quando estiver limpo o último rabisco”, manifestou.
António Cipriano, do PSD, lembrou que foi recentemente aprovada uma nova lei sobre os graffitis que dá às Câmaras competências de fiscalização e passagem de contraordenações. “A Câmara não deixou de estar em funções e está a colocar em prática ações para resolver este problema”, sustentou.
“O que foi dito é atirar areia para os olhos das pessoas. A Câmara não acorda agora e descobre que há graffitis”, contrapôs Catarina Paramos, do PS.
Rui Francisco, do CDS-PP, comentou que “foi aprovado na Assembleia da República que podem ser chamados os militares, mas aliado ao fato do comandante dizer que não fará mais nenhuma limpeza, mostra que não foi uma atitude inocente do PSD”.
Daniel Rebelo, do PSD, refutou: “Não houve nenhuma ação de campanha do PSD, quem fez foi a Câmara”. “Se a solução fosse tomada noutra altura não discordariam. Mas o dr. Tinta Ferreira é agora presidente da Câmara e teve pouco tempo para tomar o assunto em mãos e coincidiu com o período atual”.
O social-democrata Lalanda Ribeiro indicou que “alguns comerciantes da restauração têm referido que têm perdido clientes de fora das Caldas porque dá imagem de falta de segurança, e portanto há necessidade de proceder à limpeza das paredes com a maior rapidez possível”. “É altura de alterar mentalidades em dizer que é tudo campanha eleitoral”, sustentou.
Tinta Ferreira, presidente da Câmara em exercício, argumentou que a limpeza das paredes “é uma questão de gestão corrente” e “havia que aproveitar o bom tempo”. “Solicitámos ao Centro de Emprego colaboradores e foram selecionados no final de agosto”, informou.
“Se fosse uma atitude eleitoralista, tinha-me colocado ao lado de quem estava a fazer a limpeza e convocava uma conferência da imprensa. A oposição é que está a dar visibilidade a isto, porque não fiz comunicados e discretamente dei indicações às pessoas para iniciarem o trabalho”, alegou.
“Os senhores fizeram um barulho de tal ordem que o sr. comandante não querendo prejudicar a imagem da instituição militar e ser associado a uma coisa que só nas vossas cabeças aconteceu, agora não vai continuar esta atividade, mas depois do ato eleitoral poderá”, declarou Tinta Ferreira.
Francisco Gomes
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