Essas famílias vêm indicadas de diversas instituições, como o próprio Banco Alimentar, a Rede Social, a Segurança Social, a Câmara Municipal, a Igreja, a Junta de Freguesia ou pelos seus próprios meios e o processo funciona com uma primeira avaliação “dependendo das condições do rendimento que aquela família tem, das caraterísticas e da urgência”, explica.
Após este procedimento, é feita uma visita domiciliária “onde vamos confirmar parte das coisas que foram faladas nas entrevistas e vamos verificar outras como questões de higiene e hábitos que as pessoas tenham”. Por vezes, deparam-se com situações vulneráveis. “As pessoas chegam aqui e não dizem toda a situação e a gravidade da situação em que estão, e já tivemos surpresas muito desagradáveis. Chegámos a casa de uma pessoa e não havia nada na despensa”. Uma outra caraterística que impõem é que “existe um tempo-limite que as famílias podem estar e durante o período que vêm cá buscar os alimentos têm que cumprir determinadas regras, pois a Cruz Vermelha está focada para o momento da crise, específico e curto no tempo, não a longo prazo”, declara a presidente.
Mostra-se preocupada com o facto de “estarmos numa altura em que temos mais famílias com mais crianças e temos de ter mais atenção aos pequenos-almoços e almoços, e tentar que tenham uma alimentação o mais equilibrada possível”.
Existe ainda uma outra componente que é o apoio psicológico para as famílias que se encontram desamparadas e desestruturadas. “Nesse sentido temos consultas de psicologia de adultos e psicologia de crianças e também terapia da fala que as pessoas pagam conforme o rendimento, ou seja, podem pagar 0€ por consulta ou 1€ ou 5€ – há uma tabela que analisa conforme o rendimento efetivo da pessoa”, refere.
Uma vez por semana, terças-feiras à tarde, é feita a distribuição dos alimentos frescos e mensalmente, na primeira sexta-feira de cada mês, é então feita a distribuição dos cabazes.
“Os pedidos têm sido muitos e a diferença deste ano para o ano passado é muito grande”, conta a presidente.
Os produtos frescos (pão, iogurtes, vegetais, fruta, comida já pré preparada, croissants, bolos) são dados pelo Banco Alimentar e o supermercado E.Leclerc e os alimentos para os cabazes vêm da própria recolha das campanhas que a Cruz Vermelha faz a nível nacional juntamente com a Missão Sorriso e os supermercados Continente, como também do Banco Alimentar. Estes são compostos por leite, farinha, arroz, óleo ou azeite, cereais, açúcar, massa, salsichas, atum, bolachas, grão, feijão, sal e ainda há produtos de higiene.
Maria Marques
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