A força popular obrigou o governo a recuar na taxa Social Única (TSU), mas logo o governo estuda outra medida para castigar, mais uma vez, os rendimentos do trabalho – aumentar o IRS.
Assim, de austeridade em austeridade, a recessão caminha em espiral. os portugueses empobrecem, diariamente, sem que se vislumbre uma luz ao fundo do tunel.
Como diz o povo “Casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão” e na presente situação torna-se muito difícil governar, mas insistir na mesma receita do último ano só pode conduzir o país ao caos e à desgraça.
Com a baixa do consumo interno as empresas fecham, o desemprego aumenta e milhares de famílias lutam, deseperadamente, pela sobrevivência.
Perante esta situação dramática que atravessamos, o Primeiro Ministro ao manter-se fiel ao lema “custe o que custar” demonstra uma insensibilidade social dificil de entender ao comum dos mortais.
Essa insensibilidade chega ao ponto de já se admitir o racionamento de medicamentos e exames mais caros para os doentes atingidos por cancro, artrites reumatóides ou sida, como se essas doenças não fossem, só por si, demasiado punitivas.
Se essas medidas são suportadas pelo Conselho de Ética, apetece perguntar: qual é o conceito de ética dos médicos que compõem esse órgão?
Será que se, por ironia do destino (oxalá tal não aconteça), algum dos médicos ou governantes tiver a infelicidade de ser atingido por uma dessas doenças, aplicará a si próprio a tal receita de corte, ou pelo contrário, procurará tratar-se sem restrições através dos mais modernos meios dispostos ao serviço da ciência?
O óbvio da resposta torna a pergunta desnecessária.
Claro que quem está doente procura o melhor caminho para o alívio do sofrimento e da cura contando, para isso, com o trabalho e investigação incessante de milhares de cientistas em todo o mundo.
A negação desse anseio é contra natura!
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