Caldas da Rainha, Peniche e Lourinhã foram locais onde foi visto na companhia de jovens  O suspeito do homicídio de três jovens, ficou em prisão preventiva por ordem do Tribunal de Torres Vedras, mas “não confessou” os crimes de que está indiciado, na morte de três jovens, embora tenha  prestado “declarações inconsistentes” ao juiz de instrução, revelou uma fonte ligada à investigação. O arguido Francisco Leitão, quando confrontado com os elementos recolhidos pela investigação, deu respostas ao magistrado que “pura e simplesmente não aferem a razoabilidade”, adiantou a mesma. O juiz de instrução criminal do Tribunal de Torres Vedras, António Luciano Carvalho, decretou a prisão preventiva do suspeito do homicídio de três jovens, Joana Correia, Tânia Ramos e Ivo Delgado, após dois dias de interrogatório. A prioridade agora dos investigadores é tentar localizar os corpos das três vítimas, que supostamente estão enterrados entre Caldas da Rainha, Peniche e Lourinhã, uma tarefa muito difícil. O homicida tentou enganar as autoridades dizendo que as mensagens enviadas pelos telemóveis dos três jovens desaparecidos teriam origem em  França e Espanha, mas as operadoras confirmaram aos investigadores que tinha sido enviadas da Região Oeste. No texto dessas mensagens havia palavras para os familiares dizendo que tudo estava bem. Além destes três jovens desaparecidos as autoridades vão investigar a pente fino todos os casos de desaparecidos em particular na Região Oeste, juntando ainda os processos de abusos sexuais sobre adolescentes que Francisco Leitão é indiciado. O suspeito tem ainda cadastro criminal por fuga ao fisco entre outros crimes relacionados com a sua antiga actividade de venda de sucatas. Em ambos os dias em que o suspeito foi ouvido  à saída do tribunal, os populares gritaram “assassino” e correram atrás do veículo da polícia que transportava o suspeito. Para a evacuação de Francisco Leitão do tribunal, a polícia de intervenção rápida formou um cordão com agentes munidos de bastões para evitar que a população se aproximasse do suspeito, já que no primeiro dia houve uma agressão com um sapato ao também conhecido como “Rei dos Gobh” por parte de uma amiga das famílias das vítimas. A Polícia Judiciária já não tem qualquer dúvida de que os três jovens que se viram envolvidas em triângulos amorosos com o sucateiro de 42 anos de idade, e que, entretanto, desapareceram, foram assassinados e enterrados. As investigações prosseguem, no sentido de localizar os corpos e determinar com exactidão as circunstâncias em que a morte de Tânia Ramos, 27 anos, Ivo Delgado, 22 anos, e Joana Correia, 16 anos, ocorreram. Recorde-se que Tânia desapareceu a 5 de Junho de 2008, cerca de 20 dias depois foi a vez de Ivo, e Joana em Março deste ano. A Polícia Judiciária lamentou a participação tardia dos jovens desaparecidos nas zonas entre a Lourinhã e Torres Vedras defendendo que se podiam ter evitado mais crimes. Para a Judiciária a “motivação para os crimes deveu-se a um ciúme louco”. Fonte da Guarda Nacional Republicana disse que na casa do alegado autor do triplo homicídio, estiveram cães de busca pisteiros da Unidade de Intervenção daquela força de segurança, recusando, no entanto, prestar mais informações sobre a investigação. Terá sido uma familiar que denunciou Francisco Leitão depois de receber mensagens com imagens de jovens e de saber que o suspeito supostamente aliciava crianças e jovens em locais públicos, quer em Torres Vedras, Caldas da Rainha, Lourinhã e Peniche onde contactava de forma cordial as pessoas e apresentava-se sempre com vontade de ajudar. Terá sido mesmo a pressão da Polícia Judiciária que impediu que o sucateiro levasse a cabo os seus intentos, numa lógica de matar mais jovens rivais das suas paixões. A detenção do suspeito da prática de três homicídios deixou “pasmados” os habitantes de Carqueja, que descrevem o alegado homicida como um homem excêntrico, mas pacato e prestável. Na Carqueja, uma pequena localidade de poucas dezenas de casas, destaca-se a exótica moradia remodelada pelo suspeito. “O castelo”, como é conhecido, ostenta no jardim, em várias paredes, estátuas de anjos, santos e pequenos anões que não deixam dúvidas aos vizinhos de que ali habita “um homem muito excêntrico”. Também conhecido como “Xico do avião”, por ter adaptado um volante de avião a um carro, o suspeito já foi notícia noutras alturas e alguns vizinhos afirmam que “gostava muito de aparecer na televisão”. Francisco Leitão terá mesmo posto fogo à habitação para simular um salvamento, uma situação que foi investigada pelas autoridades. Fonte dos bombeiros de Peniche e da Lourinhã confirmaram que foram alertados para esse incêndio e outros no ferro velho do suspeito por fogo em viaturas no meio de pinhais ou fogo em pneus. A casa do suspeito, na Carqueja, Lourinhã, é em forma de um castelo e é fortemente vigiada por diversas camaras de videovigilância. O “Rei dos Gobh” tem diversos vídeo no “you tube” onde mostra que tratava de porcos, dava leite de uma cabra a uma criança, um coelho que manda nos gatos, um gato com uma lata na cabeça, mas também tem outras mensagens em que fala do fim do Mundo. Carlos Barroso