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Caldense Sérgio Camacho,”olheiro” do Benfica

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“Não escondo que gostava muito de treinar os seniores do Caldas” Sérgio Miguel Camacho é um dos treinadores mais promissores da região Oeste. Com 38 anos, este caldense já estagiou no Manchester United, tendo estado ao lado de Carlos Queiroz, actual seleccionador nacional, e também de Cristiano Ronaldo. Em entrevista ao JORNAL das CALDAS, Sérgio […]
Caldense Sérgio Camacho,"olheiro" do Benfica

“Não escondo que gostava muito de treinar os seniores do Caldas” Sérgio Miguel Camacho é um dos treinadores mais promissores da região Oeste. Com 38 anos, este caldense já estagiou no Manchester United, tendo estado ao lado de Carlos Queiroz, actual seleccionador nacional, e também de Cristiano Ronaldo. Em entrevista ao JORNAL das CALDAS, Sérgio Camacho, que actualmente é “olheiro” do Benfica nas camadas jovens, ambiciona um dia treinar uma equipa sénior na região, não escondendo o desejo de orientar o Caldas Sport Clube. Este jovem treinador também deixa alguns recados para colegas de profissão, dirigentes e educadores para a formação actual do desporto rei, que é o futebol. JORNAL das CALDAS: Quando é que tirou os cursos de treinador? Sérgio Camacho: O primeiro nível do curso de treinador tirei em 1999, o segundo nível tirei em 2001 e o terceiro nível tirei em 2002, sendo que o quarto e último nível estou a pensar tirar nos próximos tempos. J. C.: Qual foi a primeira equipa que treinou? E a última? S. C.: A primeira equipa que treinei foi uma equipa de infantis no Futebol Clube das Caldas em 1990, clube que se extinguiu após a minha saída, com muita pena minha. A última equipa foram os juniores do Caldas Sport Clube no Nacional da 2ª Divisão, em termos de clubes. Após sair do Caldas ainda estive como treinador nas Selecções Distritais. J. C.: Quando é que foi convidado para trabalhar e colaborar na Selecção de Leiria? E para ser prospector de jovens atletas? S. C.: Fui convidado para trabalhar e colaborar com a Associação de Futebol de Leiria na época 2002/2003. O convite foi feito pelo coordenador das selecções, Rui Bandeira. Como prospector do Sport Lisboa e Benfica fui convidado em 2007, onde continuo em funções até hoje. J. C.: Qual foi a proposta mais incrível que lhe fizeram para colocar determinado jovem a jogar na selecção, quando esse não merecia? S. C.: Não foi a mais incrível, mas posso contar uma história das que tive. No final de um treino um senhor de cerca de 80 anos chegou ao pé de mim a chorar e a pedir para convocar o neto, pois o sonho dele era ser um grande jogador de futebol. O avô do jovem contou que o neto ficava muito triste se não fosse convocado. Felizmente, como tenho os meus princípios e não cedo a pressões desse tipo, não convoquei o referido jogador porque não tinha condições para continuar. J. C.: Os pais hoje em dia têm a ideia que em casa têm um “Cristiano Ronaldo” ou um “Eusébio”. Acha isso bom ou mau para o desenvolvimento das crianças e jovens que estão ainda a definir a sua personalidade e não sabem nada do futuro? S. C.: Posso dizer que alguns pais realmente poderão viver o futebol como uma ilusão, como uma mudança crucial no quotidiano ou como uma oportunidade única para que os seus filhos tenham êxito, mas obviamente que é importante que essa mesma ilusão não exista e se tenha consciência de que, para se chegar ao êxito tem de começar pela base. Com trabalho árduo e contínuo de formação e aprendizagem coerentes, com objectivos, estratégias e conteúdos adequados às várias fases de aprendizagem necessárias. J. C.: Quais são, no seu entender, os critérios para integrar os jovens numa equipa de competição? S. C.: Além de uma natural e mínima aptidão para a modalidade (em termos técnicos ou tácticos), um dos critérios mais importantes será o acompanhamento por parte dos pais. Um factor determinante para o sucesso do atleta é a própria disponibilidade e motivação dos pais. Os jovens têm de se sentir acompanhados na sua carreira desportiva. Um pai que deseje sucesso ao seu filho deverá capacitar-se da necessidade de despender tempo para transportar os filhos aos treinos e jogos e também incutir nestes o dever da assiduidade e pontualidade, o que levará o atleta a uma maior disciplina e rigor, logo, maior capacidade de evolução. J. C.: Acha então que os pais são importantes? S. C.: Além do que já referi anteriormente, por vezes os pais são também os únicos espectadores presentes nos jogos, sendo também em muitos casos a base de suporte financeiro e logístico de muitos clubes. Advindo daí também a sua importância. É por isso que uma estreita colaboração entre pais, jogadores, treinadores e dirigentes é tão importante. Um pai que saiba acompanhar o seu filho, sendo um bom espectador nos jogos, cauteloso a nível das aspirações desportivas para o educando por forma a evitar pressões desnecessárias, sabendo dialogar com o treinador, não colocando em causa as suas decisões, principalmente à frente das crianças, demonstra um continuo acompanhamento e modéstia que levam ao aumento da auto-estima e também dos valores e princípios do atleta, construindo uma identidade desportiva inserida numa equipa. J. C.: Na sua opinião, como é que os pais devem falar com os filhos após um jogo? S. C.: A minha opinião vale o que vale. Mas a pior coisa que um pai poderá dizer ao filho é que ele jogou bem quando ele próprio sabe que jogou mal. Ou então optar por culpar ou acusar alguém pelas derrotas, colegas, treinador ou árbitros, retirando todo o sentido de responsabilidade. Um pai deve sempre tentar dialogar para descobrir o que a criança sente, sobre o que se passou no jogo e sobre a sua própria exibição. O que gostou mais e menos, se foi divertido, o que o treinador disse acerca do jogo, e nunca deve dizer que o jogo não foi importante, tentando minimizar a questão, porque para o jogador poderá ter sido um dia muito importante. Esta é só a minha opinião, não é uma crítica aos pais. Ou então encarem-na como uma crítica construtiva para ajudar a lidarem melhor com os filhos. Como fui treinador das camadas jovens durante 18 anos, para muitos fui mais que um pai ou um irmão mais velho e sei muito bem o que alguns passaram. J. C.: Concorda então que os treinadores de futebol deveriam treinar equipas de formação? S. C.: Treinar crianças e jovens não é o mesmo que treinar adultos, logo as capacidades exigidas são diferentes. Um professor catedrático que ensine numa universidade não está minimamente preparado para dar aulas numa escola primária. Tal como um treinador de seniores dificilmente teria as capacidades necessárias para treinar as camadas jovens, se nunca passou por elas, porque é necessária motivação, compreensão e principalmente estabelecer uma boa relação com os atletas. Sou da opinião de que todos os treinadores deveriam passar pela formação, antes de se iniciarem nos seniores. O que se passa no futebol é que um treinador de formação não vê o seu trabalho reconhecido e dificilmente recebe o mesmo rendimento, por isso é que muitos treinadores tentam logo a sua sorte nos seniores. J. C.: Como considera os actuais treinadores de futebol juvenil, tendo em conta que estão a formar futuras pessoas e futuros jogadores? Acha que deveriam de ter todos cursos de treinador, ou apenas cursos de educação física, ou simplesmente serem curiosos do futebol? S. C.: Apesar de ser obrigatório o primeiro nível para se estar na formação, acho que não é suficiente para muitos treinadores. Muitos não sabem o que estão a fazer, pois há conhecimentos necessários para que seja desenvolvido um bom treino. Dentro da evolução e formação dos jovens jogadores, que só se adquire a partir do segundo nível, em conjunto com uma constante procura de evolução. Não estamos aqui a falar de um desporto estático, devendo ser complementado com outros meios de formação. Esta falta de conhecimento de que estou a falar, pode inclusive prejudicar a nível físico e psicológico o atleta, seja no momento ou passados uns anos. J. C.: O que acha das novas escolas de futebol nas Caldas e Óbidos e que começam a surgir por outros vários Municípios? S. C.: Eu acho que as Escolas de Futebol são bem-vindas e é mais uma opção para os pais, para além dos clubes que já existem. O único problema, a meu ver, é realmente o custo para os pais nestas mesmas escolas, que não é acessível a todos, o que poderá impedir que muitos tenham a sua oportunidade. J. C.: Existem clubes a mais na região? S. C.: Não, nada disso. Penso que os clubes que existem são aqueles que podem existir e que permitem às pessoas que estão no futebol, dentro da região, demonstrar o seu trabalho e ter uma oportunidade. Posso dizer que, como treinador das selecções e prospector do Benfica observei muitos jogos e concluí que em muitos lados a existência destes clubes permite a muitos gozarem dos seus tempos livres de uma forma construtiva e saudável, fazendo treinos que não têm nada a ver com os princípios de jogo no qual estão inseridos. J. C.: Considera que seria benéfico uma associação de vários clubes da região para se ter um clube de nível nacional? S. C.: Não. Ter um clube a nível nacional não poderá representar o extermínio de vários clubes regionais. Estes têm de existir, fazem falta ao futebol português. É através destes clubes que os jogadores mais novos têm oportunidade de fazer aquilo que mais gostam. Jogando futebol com o objectivo de chegar ao mais alto nível. Esta base aplica-se também aos treinadores. Além disso, nós já temos a União de Leiria. Está na primeira divisão e tivemos também há uns anos atrás o Caldas e o Alcobaça. J. C.: O que diz da inclusão de jogadores estrangeiros em clubes de escala regional? S. C.: Eu penso que os jogadores estrangeiros deveriam jogar apenas da segunda divisão B para cima (liga Vitalis e liga Sagres), porque seria uma forma dos jogadores portugueses evoluírem mais e os juniores teriam assim mais oportunidades nos seniores. J. C.: Tendo em conta que tem experiências e estágios em clubes mundiais, para quando treinar um clube sénior e fazer um projecto mais ambicioso na sua carreira? S. C.: Neste momento da minha vida e após vasta experiência nas camadas jovens, só posso dizer que ambiciono treinar uma equipa de seniores e que tenho a certeza que essa oportunidade vai chegar. Não serão os dirigentes de clubes envolvidos numa sociedade onde o factor “C” ainda funciona e onde as amizades contam. Não me irão impedir de chegar onde eu quero e seguir a minha carreira de treinador. A minha evolução diária nesta área vai-me permitir ultrapassar estas barreiras e eu verei o meu mérito reconhecido, mais cedo ou mais tarde. A verdade vem sempre ao de cima. Alguém verá as minhas qualidades e dar-me-á a oportunidade que eu tanto ambiciono e aquilo que eu prometo é muito trabalho e dedicação, seja onde for. Acho que os treinadores escolhidos são sempre os mesmos, por uma razão ou outra, e não deveria ser assim, pois mesmo os treinadores que têm pouca experiência em seniores, têm com toda a certeza qualidades para o fazer, e se os clubes estagnarem a sua escolha de treinador, não há evolução na equipa. É preciso inovar e refrescar, por isso não falo só por mim, falo em geral. J. C.: Já que foi treinador dos iniciados, juvenis e juniores do nacional do Caldas, para quando os seniores do Caldas? S. C.: O que eu posso dizer é que as pessoas sabem que eu estou e estarei sempre disponível para o Caldas Sport Clube, que é o clube da minha cidade, onde fui campeão distrital como jogador e como treinador. Não escondo que gostava muito de treinar os seniores do Caldas. Não sei se será daqui a um ano, daqui a cinco anos ou dez que seja, mas sei que os vou treinar. Basta uma oportunidade. Carlos Barroso

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