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Escol(A) da Gripe

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Nunca como hoje se pedem responsabilidades aos professores. Mas também nunca como hoje o professor é vítima da irresponsabilidade dos outros. Também por sua culpa. Sem espírito de classe, sem código deontológico, com um modelo de gestão caduco, os professores estão condenados ao sofrimento crónico compulsivo, ao envelhecimento precoce e quem sabe à diminuição da […]
Escol(A) da Gripe

Nunca como hoje se pedem responsabilidades aos professores. Mas também nunca como hoje o professor é vítima da irresponsabilidade dos outros. Também por sua culpa. Sem espírito de classe, sem código deontológico, com um modelo de gestão caduco, os professores estão condenados ao sofrimento crónico compulsivo, ao envelhecimento precoce e quem sabe à diminuição da sua esperança de vida ao mesmo tempo que alguns vivem em paraísos artificiais com regalias e mordomias escandalosas. Cada vez mais profissão de risco, os professores são hoje mártires solitários e incompreendidos, vítimas da inveja de uma sociedade que aceita a seringa do médico mas recusa a educação e instrução do professor, sem que ninguém tenha a coragem de embarcar com ele para conhecer a sua “história”, ou de mover sequer uma palha para o ressarcir dos danos patrimoniais, físicos e psicológicos de que é vítima, enfim, na sua quase (im)possível mas não menos nobre missão de formar as futuras gerações . Ao não aplacar de forma firme e rigorosa o problema da indisciplina nas escolas, dentro e fora da sala de aula, a Escola está a criar uma bola de neve difícil de suster, criando novos nichos para os alunos indisciplinados, novos cursos profissionais e outros subterfúgios, onde se ensina mais do mesmo, mudando apenas a roupagem exterior, agravando o custo por aluno a níveis escandalosos, onde se protelam os problemas da indisciplina, que se mantêm e até agudizam, se adiam e camuflam os problemas de desmotivação e abandono escolar, se cria um sentimento de impunidade, e, em nome de uma hipócrita estabilidade caseira, se procura dar a imagem da escola doce e complacente, sem problemas, mas que na prática tudo permite e admite, que tudo justifica a partir de problemas sociais, famílias desestruturadas e que vai criando vândalos residentes e fecundando embriões de futuros criminosos. O actual modelo de gestão baseia-se na continuidade do pré-existente. Basicamente os actuais Directores são os anteriores Presidentes de Conselho Executivo. Não há tradição de uma participação efectiva da comunidades educativas nas questões educativas, pelo contrário as assembleias de escola raramente aprofundaram e debateram assuntos da sua competência, nunca se atrevendo a questionar o dito presidente, as autarquias só por força da descentralização de competências é que se viram obrigadas a ter mais interesse pela Escola. Por isso, o actual modelo de escolha do director ainda que por via de concurso, não passa duma aquiescência subserviente, quase como o poder dos Sobas africanos, à autoridade de uma personagem que nunca teve preparação e formação específica em gestão de escolas, que nasceu professor e há-de morrer professor e que nunca conseguirá endireitar esse ponto cego. A actual direcção das escolas está hoje escandalosamente desprovida dos mais elementares conhecimentos de administração, finanças, passando pela pedagogia e terminando na organização onde são fundamentais profundos conhecimentos de Sociologia, Psicologia e até de Direito. Por isso, as escolas hoje são sistemas caóticos (mal) organizados em que a autoridade do professor desapareceu por completo, onde o professor não ousa entrar no território dos alunos e estes fazem incursões procurando alargar o seu poder nas salas de aula. A par disto o custo médio por aluno aumenta de forma escandalosa pela via da criação de novos cursos, mais onerosos, num consumo sumptuário escandaloso num país de fracos recursos onde os alunos têm estatuto especial e ninguém os controla ou disciplina, contribuindo para criar maus profissionais mal-educados. As vias são tantas que nem os professores conseguem já apreender a complexidade do sistema educativo em que se inserem. Além disso há uma injustiça relativa pois, ao contrário dos directores, os professores não viram a sua experiência de ensino valorizada para efeitos de concurso de acesso a professor titular, como se fosse igual ter leccionado vinte anos ou apenas dois ou três. Os critérios de distinção para efeitos de acesso a professor titular foram na sua maioria o exercício de cargos para os quais foram nomeados e eleitos os seus candidatos, cujos critérios de eleição ou escolha discricionária se baseia, todos os sabem, mais no amiguismo do que na competência. Os resultados estão à vista de todos, os vícios da gestão não só se mantêm como adquirem nova virulência mercê do maior poder dos directores dos agrupamentos. O modelo permanece o mesmo, são os directores de escola que nomeiam os directores de turma e coordenadores, de forma discricionária. Mas o poder ofusca e cega! E poder discricionário não é necessariamente poder competente. Os directores têm mais poder do que ninguém. É impossível contabilizar os custos da não qualidade ao longo de décadas. Sabemos hoje que uma empresa para sobreviver e competir tem de optar pela qualidade, mas pela verdadeira, não pode varrer o lixo para debaixo dos móveis, não pode ter canalizações de amianto numa casa de bonito aspecto exterior. Passando a fase da massificação entramos num ciclo em que a qualidade não pode ser medida apenas pelo “obreirismo de qualidade” em que as mentalidades continuam medievais. Se um director de turma ou coordenador é nomeado pelo director de escola, procurará ser merecedor da confiança que este nele depositou e procurará dar uma imagem de perfeição divinal em que tudo corre às mil maravilhas, inventando bodes expiatórios se algo corre mal ou procurando ocultar e camuflar os problemas, contribuindo para fazer das escolas autênticas fábricas de “bombas-relógio” de indisciplina a médio e longo prazo. Recordo com nostalgia os tempos em que, há mais de trinta anos, um dos jogos preferidos na minha escola era fazer campeonatos entre alunos para ver quem sabia mais e melhor e quem respondia de forma correcta e mais rápida. Se pudesse eleger duas características que marcaram essa época, diria que era o respeito pelos professores e a possibilidade de ler um simples livro dentro de uma biblioteca repleta de alunos, em absoluto silêncio! Hoje os alunos filmam os professores com os telemóveis dentro da sala de aula, colocam o vídeo no Youtube e ainda agridem o professor. A biblioteca, a cantina, os corredores, as salas de aula são locais ruidosos, diria mesmo “ruinosos”, resultantes da derrocada comportamental em instalações modernas. Hoje difamam, injuriam e agridem professores em escala preocupante e escandalosa até por factos pretensamente ocorridos na sala de aula há mais de cinco anos. O pessoal auxiliar de educação não faz vigilância dos alunos nos recreios, refugiando -se nos seus cubículos, quais avestruzes, procurando sobreviver às hordas indisciplinadas que fazem da escola o seu espaço de vagabundagem e vandalismo preferido; os professores sem o seu apoio e com a sua autoridade semi-desfeita, procuram entrar nos jogos sujos de poder e manipular alunos para sobreviver, por vezes voltando-os contra professores, procurando camuflar problemas, desculpar os maus comportamentos para não dar nas vistas; os professores acusam-se mutuamente de incompetência, preferindo a omissão de auxílio, evitando reclamar, fazer recurso hierárquico, evitando participar aos directores de turma os maus comportamentos dos alunos como era seu dever, ao mesmo tempo que estes arquivam as participações desculpabilizando os alunos. Os professores hoje têm medo de ser professores. Como se não se fosse cidadão dentro da Escola, continuam a dar maus exemplos, usando telemóvel na sala de aula porque querem estar contactáveis, tirando fotografias sem autorização, ou estacionando os seus automóveis em cima do passeio, inspirando os alunos nos mesmos actos,

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