Os participantes do Caldas Late Night (CLN) voltaram a expor todo o tipo de arte dentro de suas casas e em locais públicos. O evento, deste ano foi o mais participado de todos os anos, uma vez que a aposta da organização foi envolver definitivamente a cidade e por isso estendeu as performances dos alunos da ESAD até sábado, algo que aconteceu pela primeira vez. O CLN mostra o que de mais arrojado fazem os estudantes e outros amantes de arte a nível nacional e tudo aconteceu há 13 anos atrás quando um aluno mostrou as obras que não podiam expor na escola e apresentou-as à comunidade. Nesta exposição todas as obras são aceites sem qualquer selecção e os apaixonados pela arte podem mostrar a sua perícia e engenho. As casas e ruas são transformadas em verdadeiras galerias de arte e abertas ao público pelos próprios participantes. Pintura, performances de teatro e dança, artes plásticas, escultura, multimédia, artes de palco e outras formas de arte atraem cada vez mais visitantes à cidade. Numa performance intitulada “8º Pecado Mortal”, Ricardo Gomes e João Ferreira tentaram sensibilizar as pessoas para a fome e comida que todos os dias se estraga. “Tentamos sensibilizar as pessoas por estragarem tanta comida, numa altura em que se fala em fome. Nós ao longo de oito meses guardamos a comida que sobrava. Com este alerta queremos que seja criado o oitavo pecado mortal, a estragação de comida”. Da parte das pessoas que viram a exibição destes jovens que foi deitar a comida fora, sai uma conclusão de que os aderentes “não ficaram sensibilizadas”, antes ficaram “com nojo”, e continuam a “não se aperceberem que fazem isto todos os dias”. “Gostamos do ambiente do Cabaret e por isso criamos as roupas, desenhos e quem nos visita, vai criando também algumas performances dentro deste ambiente”, revelou por outro lado uma das criadoras do “Red Lobster Cabaret”. Mas a ideia para este cabaret começou depois do namorado de uma das promotoras desta iniciativa ter oferecido uma lagosta vermelha de peluche, daí o nome da performance “Red Lobster Cabaret”. Como um verdadeiro cabaret houve quem recriasse uma mesa de poker, uma roleta e até um show de stripe, tudo em nome da arte. “Mari”, nome artístico foi quem fez o stripe para uma plateia cheia de colegas e muitos desconhecidos, e por isso no final revelou que tinha gostado da exibição e que não se sente nada inibida. “Sou modelo fotográfico e gosto de fazer estes géneros de trabalhos. Gostei de fazer o show para a ESAD. Não tive preconceitos em mostrar um pouco do corpo. Acho que isto é uma grande coragem. Usei, mascara e por isso acho que a minha privacidade ficou garantida, mas o importante é que fiz isto pela arte”, disse. Manuel Junqueira e Paulo Fonseca, alunos finalistas de design industrial protagonizaram a performances mais divertidas e mais populares do CLN. “The Great Pillow Fight” é uma performance que enche a Rua dos Heróis da Grande Guerra e que os promotores, agora que acabaram os cursos pretendem que continue por todas as edições do CLN. “Começamos isto há quatro anos, que na Rua das Montras e inserimos The Great Pillow Fight no CLN. Acho que todos gostam desta performance e nós que vamos embora para o ano, espero que tenha alguém que agarre nesta acção e a faça, porque já é uma tradição”, referiram. Das dezenas de exibições nas casas dos alunos ou nas ruas da cidade, destaque ainda para “Parada do Falo das Caldas”, a “Mais Pequena Festa do Mundo”, o “Naufrago”, “Roda-tu”, “Porta Dourada”, “Estendal”, “11 Boralhos”, “Olha o Passarinho”, “Botões há muitos”, “Respirar”, “Coitadinhos”, “Vitrinismo com tesão”, “Bordalo Now”, “Ricardo Brasas e Ruben de la Costeleta”, “Arraial do Leão Azedo”, “Segredo” e “Monsier Quack’s Voyage Dans la Lune”. O CLN deste ano ficou ainda marcada pelo comércio, uma vez que houve quem tivesse feito da sua exibição uma oportunidade de negócio com venda de bebidas em quase todas as casas, mas também houve quem andasse com um carrinho a assar e vender febras pelas ruas da cidade. Carlos Barroso