A residência, promovida pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, em parceria com o Museu de Banda Desenhada de Bruxelas, a Embaixada de Portugal na Bélgica, a Universidade Livre de Bruxelas e o Município de Beja, tem como objetivo apoiar a criação artística no domínio da banda desenhada e contribuir para a internacionalização de artistas portugueses.
Inês Louro descobriu a oportunidade graças à sua colaboração com a associação sem fins lucrativos Chili Com Carne, com a qual já interagia enquanto leitora e autora emergente. A artista conta que há alguns anos tinha concorrido a um concurso da mesma associação e que, apesar de não ter vencido, manteve o contacto com o meio e com a vencedora Ana Margarida Marcos. Foi esta ilustradora que acabou por informar Inês em relação à residência em Bruxelas, após ela mesmo ter sido selecionada na edição do ano passado.
A residência decorreu na capital belga, em parceria direta com o Centro Belga de Banda Desenhada, instituição considerada uma referência internacional na área. Durante o mês de trabalho, a jovem teve liberdade para desenvolver o seu próprio projeto enquanto explorava também a cidade e o contacto com diferentes comunidades artísticas. Inês destaca o ambiente multicultural de Bruxelas e a facilidade de integração: “As pessoas são muito abertas. Acabei por sentir a cidade mais viva e mais acessível, em comparação com outros lugares onde vivi”.
Antes de regressar a Portugal, Inês viveu três anos na Suécia, onde concluiu o mestrado. A artista explica que as suas influências vêm sobretudo do cinema e não tanto da banda desenhada tradicional. O desenho, diz, surge como forma de traduzir enquadramentos e atmosferas visuais que encontra no cinema. “Sempre gostei muito de desenhar e acabava por me inspirar muito nos filmes que via”, explica Inês, que aponta Quentin Tarantino, Alfred Hitchcock e Sofia Coppola como inspirações originais, quando começou a desenhar cenas de filmes aos 16 anos.
Atualmente as inspirações da ilustradora são, entre outras, o seu ex-professor e artista Mantraste (Bruno Santos), das Caldas da Rainha, e a psiquiatra e cineasta portuguesa Margarida Cordeiro.
Quanto ao seu futuro, vê a banda desenhada como uma ferramenta entre outras e afirma que gostaria de trabalhar também em ilustração, museus e curadoria. “No mundo ideal, gostava de fazer um pouco de tudo. Banda desenhada é comunicação e é isso que me interessa, comunicar.”
A obra desenvolvida durante a residência deverá ser publicada e divulgada no âmbito do programa, com apresentação pública após a sua conclusão.










