Segundo a direção do CSC, no dia 30 de dezembro foram detetados dois casos positivos de infeção no plantel sénior. “Como medida, contactámos o delegado de saúde local que, imediatamente, decretou o isolamento profilático de mais doze atletas, num plantel constituído por 26 jogadores”, relatou o clube.
“Tendo em conta e considerando que mais de 50% da nossa equipa sénior estava em isolamento e incapacitada para ir a jogo, foram estabelecidos também contactos com a FPF com vista ao adiamento do jogo de domingo frente ao Torreense”, adiantou.
Contudo, no dia 1 de janeiro, “após muitas diligências, a FPF entendeu que o jogo se deverá realizar na data prevista, já que o CSC tem, além da equipa sénior, uma equipa B e de sub-21 – que nesta quadra natalícia se encontram com as suas competições suspensas devido às restrições impostas pelo atual estado de emergência”.
Perante esta decisão da FPF, o clube caldense ponderou “não ir a jogo, com derrota por falta de comparência e assumindo todas as consequências de tal decisão, ou utilizar atletas que não treinam há cerca de duas semanas e que nunca treinaram com a equipa sénior”.
O CSC viu-se “obrigado” a ir a jogo, mas não deixou de sublinhar que essa situação “fere o artigo 12 da FPF sobre a ética e verdade desportiva”.
“Além dos catorze atletas em isolamento, o restante plantel aguarda pela realização de testes impostos e obrigatórios por parte da Direção-Geral da Saúde, o que acontecerá na próxima semana, correndo o risco de existirem mais casos entre os atletas que irão a jogo”, alertou o presidente do CSC, Jorge Reis.
A direção do clube lamentou esta circunstância, considerando que “estão completamente desvirtuados todos os princípios com os quais se deve reger uma competição desportiva”.
“Durante todo o processo, foi dado conhecimento à equipa adversária – o Torreense, que não se mostrou disponível para o adiamento do jogo, remetendo a decisão sempre para a responsabilidade da FPF”, acrescentou o CSC em comunicado. O Torreense apenas comentou que a competência é da FPF.
Caldas 1 – Torreense 3
Árbitro: João Santos, de Coimbra
Caldas: Rui Oliveira, Juvenal, Yordi, Gaio, Passuco, Leandro Borges, Mauro Estáquio, Simões, Marcel, Gaspar e Santos
Suplentes utilizados: Júlio Sousa (45’, saiu Passuco), Pedro Sousa (64’, saiu Marcel), Gonças (64’, saiu Gaspar), David (83’, saiu Simões) e Martins (87’, saiu Santos)
Treinador: José Vala
Cartões amarelos: Gaio (78’) e David (85’)
Golo: Mauro Eustáquio (70’)
Torreense: Marcelo Valverde, Fred Martins, Mamadou Touré, Benny, Weliton, Zezinho, Aílson, Ragner, Ricardinho, Filipe Andrade e Silas
Suplentes utilizados: Tiago (56’, saiu Aílson), Tocantins (66’, saiu Filipe Andrade), Jorginho (83’, saiu Ricardinho) e Wilson Santos (83’, saiu Silas)
Treinador: Filipe Moreira
Golos: Weliton (12’), Passuco (autogolo, 26’) e Zezinho (56’)
O jogo acabou mesmo por ser realizado e o Caldas perdeu por três bolas a uma. A pressão inicial dos adversários deu frutos, com os caldenses a sofrerem os dois primeiros golos de forma estranha.
Primeiro, na sequência de um canto, Welinton rematou, com a bola a bater no poste e no meio da confusão de jogadores a passar a linha de golo. Depois, foi Passuco quem enviou a bola para a própria baliza ao tentar desviar o cruzamento de um jogador torreense.
Na segunda parte, um canto direto de Zezinho fez ampliar a vantagem.
Mauro Estáquio reduziu para o Caldas e ainda podia ter feito o 2-3 num remate à barra.
No final, o Torreense garantia a liderança isolada da Série F do Campeonato de Portugal mas os alvinegros estavam de cabeça erguida. O técnico José Vala desabafou que “fomos a jogo com muita dignidade”, evidenciando que era exigir muito conseguir o entrosamento necessário entre alguns atletas que não costumam jogar juntos.
E apesar de também se sentir indignado com a situação imposta ao Caldas, preferiu não se alongar em comentários.
Já Filipe Moreira, treinador do Torreense, considerou “justa a vitória da melhor equipa”. “Entrámos muito bem, fizemos dois golos e podíamos ter feito nesse período mais um. Na segunda parte acabámos também por fazer um golo no período inicial. O Caldas lutou sempre bastante, com grande dignidade, e cumprimento os jogadores do Caldas pela grande postura que evidenciaram. Acabaram por fazer golo com grande justiça e podiam ter feito no lance seguinte o 2-3”, manifestou.
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