As ofertas das poltronas vão ao encontro da aposta na humanização dos serviços deste hospital. Foi a equipa daquele serviço de internamento que escolheu as cores (amarelo, verde e vermelho) de forma a harmonizar com o ambiente, que tem pinturas nas paredes feitas por artistas da fundação Anouk em 2009, e que ainda se encontram em ótimas condições e são muito apreciadas pelos pequenos utentes.

A sessão de formalização da doação decorreu no passado dia 5, no serviço de pediatria do Hospital das Caldas.

Joaquim Urbano, presidente da direção da Liga, apontou que “para arranjar e estofar os cadeirões que cá estavam era mais dispendioso do que comprar novos, então decidimos adquirir dez e o facto de terem rodas e serem mais leves facilita a mobilidade dos mesmos”. “Houve algumas pessoas que se queixaram do desconforto dos cadeirões antigos e estes são sem dúvida muito mais confortáveis para os pais que têm que passar lá a noite com os filhos”, adiantou.

Manuela Paula, da direção da Liga e coordenadora do voluntariado, entregou 670 babetes na rouparia do hospital, mas brevemente irá dar mais 330 porque o objetivo é dar mil daquelas peças de tecido turco de qualidade lavável com lixívia. Os babetes foram feitos por algumas voluntárias da Liga (Manuela Paula, Esmeralda Henriques, Augusta Pereira, Ludovina Filipe, Isabel e Luísa). Começaram a trabalhar na confeção dos babetes há cerca de dois meses.

Como voluntária no hospital das Caldas, Manuela Paula ajuda na alimentação de alguns doentes que não conseguem comer sozinhos e sentiu a necessidade de haver babetes. “Quando eu vim para o hospital usavam-se babetes de pano, mas com a crise acabaram e chegámos a utilizar toalhas, agora utilizamos uma folha de papel vegetal”, contou, acrescentando que “sempre que estava a dar alimentação aos doentes pensava que não era o adequado”.

Pediram autorização ao Conselho de Administração do CHO, que indicou o tipo de tecido permitido conforme medidas da Direção Geral de Saúde.

A Liga dos Amigos do Centro Hospitalar das Caldas comprou dezenas de rolos de tecido turco branco e fita branca. “Coube-me cortar o pano e depois cada voluntária coseu a fita à volta do babete que está feito de forma a só enfiar na cabeça do doente sem ter que atar atrás”, disse a responsável, revelando que vão ser utilizados para os doentes internados no serviço de medicina, cirurgia, genecologia e urgência.

Os vinte babetes para as crianças e bebés são para o serviço de urgência pediátrica. As voluntárias pretendem fazer mais 80.

Hospital agradece

Elsa Baião, presidente da administração do CHO, agradeceu a generosidade da Liga dos Amigos do Hospital, que “tanta vez colabora connosco com tantas ofertas, que apesar de não terem um valor financeiro muito elevado, são revelantes para a qualidade dos cuidados que são prestados e pela humanização que proporcionam”.

Luísa Preto, diretora do Serviço de Pediatria, manifestou que os cadeirões “eram fundamentais porque se uma pessoa estiver com uma criança internada durante uma semana, tem que passar aqui sete noites e é muito complicado se não tiver o mínimo de conforto”.

A enfermeira-chefe Helena Lindinho referiu que “os pais queixavam-se do desconforto porque os anteriores já tinham mais de doze anos e estavam em muito mau estado”.

Quanto a outras necessidades para o Serviço de Pediatria, que neste momento tem oito crianças internadas, a enfermeira-chefe disse que precisavam de pavimento novo para o pequeno espaço infantil que têm no exterior porque o existente está com muitas fissuras. “O ideal era um pavimento de borracha próprio para parques infantis e uma estrutura para tapar o topo do espaço exterior, porque no verão é muito quente com o sol a bater”, declarou.

Helena Lindinho destacou ainda a máquina de café que foi doada pela Liga dos Amigos, que é uma mais valia para os pais das crianças hospitalizadas.

Venda de natal cancelada

Devido ao aumento de casos de Covid-19, a Liga dos Amigos não irá realizar a habitual venda de Natal. “É uma forma de angariar verba, mas este ano não vamos conseguir realizar a atividade, não por faltarem lojas vazias na cidade que nos cediam o espaço, mas porque não iria ser rentável por causa da limitação de pessoas e desinfeção necessária”, explicou Manuela Paula.

No entanto, referiu que a Gala de Sonhos da Events4U, com o apoio do JORNAL DAS CALDAS, que este ano será apenas transmitida online, vai doar a verba angariada à Liga dos Amigos do Centro Hospitalar, que tem cerca de 70 voluntários.

Segundo esta responsável, o Espaço da Rainha (espaço social) tem estado a dar bastante roupa e outros artigos. “Na altura das campanhas da fruta, tivemos imensos imigrantes que alugavam casas que não tinham nada e vieram buscar roupas, cobertores, lençóis, loiças e panelas, calçado, entre outros artigos”, revelou.