Luís Santos foi admitido no hospital de Peniche na passada sexta-feira, às 7h57. “Estive meia hora à espera e não parava com dores. Fui perguntar se ninguém me chamava para ser assistido, quando o hospital estava completamente vazio. Apareceu um médico a dizer que se eu tinha pulseira verde podia esperar até duas horas e que só me atendia quando entendesse”, contou.
“Tinha a cara queimada e não conseguia abrir a vista e levantei-me para ir para o hospital das Caldas da Rainha, porque já não aguentava com as dores e a pele a depelar. Liguei para a entidade patronal e disseram-me para voltar a Peniche porque podia ficar cego por causa do produto químico (lixívia). A entidade patronal ligou para o hospital e agora já fui assistido e mandaram-me logo de urgência para Lisboa, onde às 10h35 fui atendido”, descreveu. Ali foi-lhe feita uma lavagem ocular bilateral.
“Estou sujeito a ficar cego e queixo-me de negligência porque se me mandassem diretamente para Lisboa podia não ser tão grave. Vou continuar a ser acompanhado no Hospital de Santa Maria, e vou apresentar uma queixa-crime porque posso ter graves consequências por não ter sido logo atendido”, manifestou.
O Centro Hospitalar do Oeste relatou que o paciente “abandonou o serviço de urgência da unidade de Peniche sem ter sido observado, após manifestação de exaltação e ameaça de agressão ao médico”.
Pelas 9h01 voltou ao mesmo serviço de urgência, tendo sido observado e posteriormente transferido para o Hospital de Santa Maria, para avaliação pela valência de Oftalmologia. Pelas 14h22 regressou à unidade de Peniche, com terapêutica prescrita e com orientações para posterior seguimento na consulta de oftalmologia naquele hospital, só que “abandonou, de novo, o serviço de urgência da unidade de Peniche sem lhe ter sido conferida alta médica”.
Francisco Gomes
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