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Queimado queixa-se de ficar à espera de ser assistido no hospital de Peniche

Francisco Gomes

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Um homem de 46 anos que sofreu queimaduras na face enquanto manuseava produtos químicos numa fábrica de Peniche queixa-se de negligência médica por ter sido considerado no hospital local um caso “emergente” (situação atribuída a pulseira vermelha), quando até então era “pouco urgente” (pulseira verde), alegando que foram ignoradas as reclamações que efetuou por causa das dores que sentia.
Luís Santos queria ter prioridade no atendimento, mas o hospital alega que ameaçou médico

Luís Santos foi admitido no hospital de Peniche na passada sexta-feira, às 7h57. “Estive meia hora à espera e não parava com dores. Fui perguntar se ninguém me chamava para ser assistido, quando o hospital estava completamente vazio. Apareceu um médico a dizer que se eu tinha pulseira verde podia esperar até duas horas e que só me atendia quando entendesse”, contou.

“Tinha a cara queimada e não conseguia abrir a vista e levantei-me para ir para o hospital das Caldas da Rainha, porque já não aguentava com as dores e a pele a depelar. Liguei para a entidade patronal e disseram-me para voltar a Peniche porque podia ficar cego por causa do produto químico (lixívia). A entidade patronal ligou para o hospital e agora já fui assistido e mandaram-me logo de urgência para Lisboa, onde às 10h35 fui atendido”, descreveu. Ali foi-lhe feita uma lavagem ocular bilateral.

“Estou sujeito a ficar cego e queixo-me de negligência porque se me mandassem diretamente para Lisboa podia não ser tão grave. Vou continuar a ser acompanhado no Hospital de Santa Maria, e vou apresentar uma queixa-crime porque posso ter graves consequências por não ter sido logo atendido”, manifestou.

O Centro Hospitalar do Oeste relatou que o paciente “abandonou o serviço de urgência da unidade de Peniche sem ter sido observado, após manifestação de exaltação e ameaça de agressão ao médico”.

Pelas 9h01 voltou ao mesmo serviço de urgência, tendo sido observado e posteriormente transferido para o Hospital de Santa Maria, para avaliação pela valência de Oftalmologia. Pelas 14h22 regressou à unidade de Peniche, com terapêutica prescrita e com orientações para posterior seguimento na consulta de oftalmologia naquele hospital, só que “abandonou, de novo, o serviço de urgência da unidade de Peniche sem lhe ter sido conferida alta médica”.

Francisco Gomes

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