No segundo tempo, mesmo a jogar com menos um o Caldas impediu que o Carregado construísse lances de perigo, cabendo esses aos da casa.
O golo tardou, apesar do caudal ofensivo e do técnico ter apostado numa frente alargada de avançados.
A ajudar os atacantes, Almeida, que fez uma brilhante partida, quase que apontou perto dos 54 minutos, com a bola a sair por cima. O regressado Morgadinho entrou no minuto seguinte e o Caldas passou a jogar com apenas um defesa central. Mesmo assim o Carregado não criou perigo e ao minuto 72, Telmo, numa execução perfeita, faz um golaço de levantar qualquer estádio. O golo muito festejado levou o Carregado depois a reagir, mas sem perigo. Ao minuto 81 André Jesus cabeceia ao lado.
As expulsões para os visitantes surgiram ao minuto 88 e 93, numa entrada sobre Morgadinho que o deixou lesionado e numa outra falta sobre André Jesus, ambas para cartão vermelho, mas o árbitro, João Carlos Bento, optou por mostrar o segundo amarelo a estes atletas.
Aos 94 o jogo termina com o Caldas na área adversária. Faltou finalização a este grupo de bons executantes mas perdulários no capítulo da concretização.
Nota negativa para a forma como o jogo foi conduzido pelo nomeado que veio de Santarém, já que não teve dúvidas e expulsou bem Bacari, mas depois não soube manter o mesmo critério para o Carregado em entradas idênticas e nas agressões e empurrões que aconteceram durante o jogo e que saíram sem qualquer sanção.
Negativa ainda a falta de finalização dos avançados caldenses. O clube precisa de um matador na frente, porque futebol tem.
O destaque positivo vai para a forma como o Caldas reagiu à expulsão e depois ao golo. Nota igualmente positiva para a estreia de Morgadinho e ainda a recolocação de Mustafá no terreno. Este médio criativo joga e faz jogar a equipa quando está mais à frente. Quando joga perto de Cosme, perde-se ele e o seu colega. A equipa não rende com os dois demasiado juntos.
No final da partida Ricardo Moura confessou que a expulsão ditou mudança de planos.
“Preparámos o jogo ao longo da semana e depois tivemos de alterar. Tivemos uma boa reação e a equipa reorganizou-se. Mesmo com um jogador a menos tivemos três ou quatro situações claras para chegar ao golo. Isso não aconteceu e a equipa está ansiosa.
Na segunda parte estivemos mais tranquilos e arriscámos tudo. Tirámos um central e jogámos três para três. Queríamos a vitória e tudo fizemos para a conseguir e empatámos. Estamos descontentes com o resultado, mas contentes com o desempenho”, disse.
Ricardo Moura pretende virar esta situação já no jogo para a taça de Portugal com o Marinhense. “A jogar desta maneira e a trabalhar como temos feito, acredito que as vitórias vão aparecer e vamos fazer um bom campeonato. Comigo jogarão sempre os melhores. Temos apenas um jogo por semana e aqueles que estiverem disponíveis e em melhores condições jogarão, procurando vencer os jogos”, declarou.
A próxima jornada para o campeonato será diante do Porto de Mós, um dia antes das eleições.
Os objetivos do técnico caldense mantêm-se, apesar de nas três primeiras jornadas apenas ter somado um ponto.
“Infelizmente só temos um ponto, mas o nosso desempenho merecia uma classificação diferente. Não vamos desanimar e vamos continuar a trabalhar para conseguir uma classificação diferente. Mais cedo ou mais tarde isso vai acontecer”, manifestou.
Já o técnico do Carregado, Sérgio Ricardo, considera que a sua equipa teve algo que não a deixou jogar.
“Nós não ganhámos um ponto, mas perdemos dois. Na primeira parte poderíamos ter saído para o intervalo a vencer por três a zero. Houve uma equipa que tentou jogar mas houve alguma coisa que não deixou jogar. Nós jogamos contra dez e eles fecharam-se muito bem e começámos a despejar bolas sem criar situações de perigo a não ser de pontapés de profundidade. Isto é o futebol. Nós deveríamos ter morto o jogo na primeira parte, porque na segunda parte o Caldas teve mais agressividade do que futebol”, disse.
Carlos Barroso
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