Um dos eventos que mais pessoas leva à vila é o dedicado ao natal e nestas alturas a circulação a pé no castelo fica congestionada. Os visitantes não podem andar de carro dentro da área muralhada e devem estacionar nos parques fora do castelo. Só são permitidos veículos de moradores, de comerciantes, serviços de emergência, essenciais ou autorizados pela Câmara e alguns apenas durante certos períodos de tempo.
O residente que pretendia sair de carro do castelo ficou cercado pela aglomeração de pessoas. Filipe Daniel, presidente da Câmara Municipal de Óbidos, afirmou que “sabemos que existem alguns constrangimentos quando há picos de entrada de pessoas, mas é uma situação atípica, pontual, que pode de facto decorrer por várias situações, por residentes que queiram sair da vila e naturalmente há aqui uma dificuldade acrescida”.
“Não podemos dizer às pessoas não venham a Óbidos. Todos os anos fazemos um balanço e antevendo que a bilhética estava esgotada, tive uma conversa com o comandante do posto da GNR de Óbidos, para que haja aqui um reforço do dispositivo, aliás, veio de Caldas de Rainha e também do Bombarral, para que consigamos ter aqui uma resposta”, declarou.
O autarca assegurou que em qualquer evento em Óbidos há um plano de segurança, adiantando estar a ponderar alterar a circulação de peões dentro do castelo durante os principais eventos que ali se realizam, distinguindo o sentido da entrada e saída, para criar menos congestionamentos.
Este ano foi altereado o sistema de gestão de entradas no Óbidos Vila Natal, que passou a funcionar por sessões horárias, permitindo uma distribuição mais equilibrada dos visitantes ao longo do dia, indicou a Câmara.
A Associação Segredos de Óbidos emitiu um comunicado, onde esclareceu que o carro em questão no incidente “pertencia a residentes que têm direito legal e histórico de acesso às suas casas, bem como à circulação normal dentro da vila”.
“A situação tornou-se perigosa porque as ruas estavam excessivamente congestionadas por uma multidão muito acima da capacidade suportável do espaço histórico. Este tipo de cenário coloca em risco moradores, visitantes, crianças em carrinhos e até equipas de emergência”, relatou, sustentando que “o incidente expôs um problema que não é pontual: a falta de controlo de fluxos, planeamento, comunicação e gestão de segurança nos eventos realizados dentro das muralhas”.
Para a associação, “a circulação de emergência está comprometida”, indicando que “no mesmo período verificou-se até uma ambulância impossibilitada de chegar rapidamente a uma residência, evidenciando que a sobrelotação pode colocar vidas em risco”.
“O foco deve estar no problema real: um modelo de eventos insustentável”, afirmou a associação, apelando à correção imediata de procedimentos, que passa pela “necessidade de planeamento cuidado, limites de lotação, circulação garantida para residentes e emergência, comunicação transparente e uma verdadeira escuta da comunidade local”.









