Caldas, terra de amores políticos e casamentos invisíveis

6 de Dezembro de 2025

Nas Caldas, a política tem um encanto especial. Tanto dá para comédia romântica como para novela mexicana, dependendo apenas da ocasião.

 

O VM ganhou as eleições, o PSD perdeu, e tudo parecia estar a seguir o guião habitual, até que, na última Assembleia, tivemos um daqueles momentos que mereciam estudo académico.

Um deputado eleito pelo VM, descontraído, levanta-se e anuncia que vai falar…em nome do PS: “Fui eleito nas listas do VM para a Assembleia Municipal. Mas sou membro do PS e, nesta qualidade, venho hoje aqui dar voz ao PS Caldas”

Assim mesmo. Sem aviso. Sem suspense.

Foi daqueles instantes em que a sala deve ter pensado: “Espera lá…mas o PS não foi engolido pelo VM? Não desapareceu tipo truque de ilusionismo?”.

Desapareceu, sim. Mas, pelos vistos, deixou um porta-voz escondido dentro das listas do VM. E logo o presidente da concelhia. Isto não é representação política, isto é talento para bilocação.

A cereja no bolo? O CDS, que foi para as eleições com o PSD numa união assumida, pública, aberta e sem rodeios, resolveu apontar o dedo ao óbvio: “Vamos respeitar os eleitores. O senhor não pode falar em nome do PS, porque foi eleito pelo VM. Toda a gente sabe que o senhor é do PS, mas tenham paciência, fizeram as coisas mal feitas e agora pagam durante quatro anos”.

E o deputado do PSD também não resistiu: “Vimos aqui a primeira desagregação do VM e do PS. Se calhar temos de alterar o regimento porque afinal temos o grupo do PS”.

Não lhe chamaram coligação. Chamar-lhe-ão talvez “amizade”, “sintonia de almofada”, “convergência emocional”. Uma relação aberta, daquelas que não se assumem nas redes sociais porque dá trabalho explicar.

Mas se pensa que o enredo acaba aqui…prepare-se.

Após as eleições, o VM fez ainda um acordo de cavalheiros com o Chega.

Nada de coligação, longe disso. Era mais um namoro tímido, daqueles em que se diz “somos só amigos”, mas passa-se muito tempo juntos.

O problema?

Neste romance, um dos parceiros não tem direito a senha de presença.

Amor puro, sobrevivência à antiga:

— “Como é que vives?”

— “Do ar.”

E siga.

Entre casamentos assumidos, uniões negadas e namoros secretos, o ambiente político das Caldas está tão animado que qualquer dia ainda aparece alguém a propor uma telenovela.

Os amigos trocam olhares de lado, as amigas deixam cair farpinhas educadas, e a verdade emerge devagarinho:

Não era coligação, dizem.

Pois.
Era só…convivência muito próxima.

E assim vai o nosso concelho: cheio de amores, poucos anjos e muitas histórias para contar, mas sem ofender ninguém, que isto de escrever pode sair caro. Um milhão aos anjos, quem sabe. Embora aqui, sinceramente, só pareçam haver lobos em pele de cordeiro.

Até para a semana.

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