No ranking do rácio entre as casas não usadas para habitação permanente e as aproveitadas para alojamento local seguem-se Alcobaça e Lourinhã (8%), Caldas da Rainha (6%), Torres Vedras e Bombarral (3%), Alenquer, Cadaval e Sobral de Monte Agraço (2%) e Arruda dos Vinhos, com 1%.
O evento, com o apoio da Associação do Alojamento Local Em Portugal, OesteCIM, Geoparque Oeste, Turismo do Centro de Portugal, Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar de Peniche e do Município de Óbidos, reuniu especialistas, autarcas, empresários e profissionais para debater o futuro do Alojamento Local e do turismo, incluindo digitalização e inovação, novas tendências de procura, regulação municipal e sustentabilidade.
O presidente da Câmara Municipal da Nazaré, Serafim António realçou a tradição da vila enquanto “precursora no alojamento local”, recordando a antiga prática das chamadas “chambristas”. “Essa forma de aluguer de quartos e casas permitiu, ao longo das décadas, que muitas famílias equilibrassem os seus orçamentos e que jovens nazarenos prosseguissem os estudos”, frisou o autarca, recordando ser comum, nas épocas de maior procura turística, as famílias deixarem as suas casas de inverno e mudarem-se para “cabanas”, libertando os imóveis mais valorizados para receber visitantes. “Esse rendimento era canalizado para a economia local, ajudando, por exemplo, na subsistência da comunidade piscatória e permitindo a muitas famílias darem um melhor futuro aos seus filhos”, salientou o presidente da Câmara.
Com a preocupação de garantir que os nazarenos continuem a viver na terra que os viu nascer, Serafim António defendeu a adoção de políticas que conciliem os interesses dos proprietários com os da população residente e anunciou que a autarquia está a terminar um estudo para mapear toda a oferta de alojamento local no concelho. Após esse levantamento, serão definidas “zonas de contenção” para novos licenciamentos, bem como áreas preferenciais para reabilitação urbana, visando a regeneração do edificado no centro urbano.
Desde abril deste ano que está suspensa no concelho a atribuição de novas licenças de alojamento, tendo Serafim António garantido que o novo Regulamento Municipal do Alojamento Local da Nazaré será elaborado com “ponderação” e discutido com a comunidade.
Autarcas de Alcobaça, Cadaval, Nazaré, Óbidos e Peniche falaram sobre a regulamentação e estratégias municipais para o turismo.
O presidente da Associação do Alojamento Local Em Portugal, Eduardo Miranda, alertou que existem 2.600 alojamentos locais que não submeteram o seguro de responsabilidade civil na plataforma Govpt, estando a ser notificados pelas autarquias e correm o risco de serem cancelados.
O empresário Ricardo Cardoso, fundador da ImpactWave, empresa da comunidade do Parque Tecnológico de Óbidos, apresentou uma reflexão atual sobre o impacto das tecnologias generativas na forma como os viajantes pesquisam, escolhem e experienciam destinos.
O orador sublinhou a importância de os agentes do setor produzirem conteúdos rigorosos, atualizados e organizados, para garantirem visibilidade num ecossistema digital cada vez mais mediado por sistemas de Inteligência Artificial.
Paulo Almeida falou de ferramentas de apoio à sustentabilidade no turismo, nomeadamente do Projeto Fast, Francisco Dias abordou a plataforma ORVE de promoção de turismo sustentável, o caminho da transição sustentável entre o crescimento, a rentabilidade e a regeneração do território foi focado por Patricia Araújo e Miguel Reis Silva destacou o impacto de um Geoparque Mundial da UNESCO na valorização do alojamento local.









