Para Pinto Machado, “mais de duas décadas desta gestão e de inércia provocaram uma estagnação grave do concelho, afetando diretamente a qualidade de vida das pessoas que aqui vivem”. Apontou a análise sociológica do território, que revela uma população “maioritariamente rural, envelhecida, com pensões mínimas, muitas vezes resultantes de longas carreiras na agricultura”, e que em muitos casos ainda recorre à agricultura de subsistência. “Com poucos recursos financeiros e dependente da solidariedade social, esta população enfrenta ainda uma preocupante escassez de cuidados médicos, agravada pela ausência frequente de médicos nos centros de saúde locais”, sublinhou.
O candidato sustentou também que os jovens enfrentam dificuldades sérias devido “à escassez de emprego, à falta de oportunidades e os preços elevados da habitação, inflacionados pela especulação imobiliária”. “Perante esta conjuntura, muitos optam por abandonar o concelho para procurar trabalho e constituir família noutros territórios”, frisou.
“Este duplo fenómeno, o envelhecimento da população e o êxodo da juventude, está a provocar uma acentuada quebra demográfica”, sustentou Pinto Machado, apontando que “ainda que tal seja em parte contrariado pelo surgimento de uma população migrante de origem africana e asiática, que vive muitas vezes em condições muito precárias, e pelo crescimento de uma comunidade estrangeira oriunda de países desenvolvidos da Europa, envelhecida, mas sustentada por pensões elevadas”, a situação exige, na sua visão, medidas urgentes.
Neste contexto, a candidatura do CDS-PP propõe quatro eixos prioritários. O primeiro é o emprego, com a dinamização da atividade empresarial através da captação de investimento para a criação de empresas e, por consequência, de postos de trabalho, “desejavelmente emprego qualificado, para os jovens de Óbidos e também para atração de novos trabalhadores”. Uma das medidas passa por captar empresas para o Parque Tecnológico e para o Parque Industrial das Gaeiras, oferecendo benefícios, nomeadamente fiscais, em troca da empregabilidade de jovens do concelho.
O segundo eixo é a habitação, através da identificação de zonas para a criação de “habitação a custos e preços controlados” em todas as freguesias, para colocar no mercado habitação mais acessível. “Com o aumento da população residente, surgirá a dinamização da economia local, que vai necessariamente gerar mais postos de trabalho e gerar mais receita para o município”, defende o candidato.
Na área da saúde, a proposta passa pela criação da figura do “médico municipal”, especializado em clínica geral e medicina no trabalho, com direito a habitação e automóvel para se deslocar. Este clínico faria rondas pelas aldeias do concelho, apoiando a população idosa “na prescrição de receitas e tratamento de estados clínicos mais banais”. Além disso, a sua competência em medicina no trabalho permitiria realizar os exames dos funcionários do Município, “anulando assim uma despesa, pois deixa de ser necessário recorrer a empresas externas”.
O quarto eixo é a segurança, com a implementação de um projeto-piloto de criação de um efetivo reduzido de Polícia Municipal, “com o intuito de patrulhar e fiscalizar a zona intramuros do Castelo de Óbidos, considerando não só a população residente, mas também o enorme fluxo de visitantes que nos visita diariamente”. A proposta inclui ainda a instalação de videovigilância numa primeira fase na zona do castelo e na sua área de proteção.









