O Padrão de Tornada, que foi roubado em 2020, voltou ao seu lugar, no muro do cemitério antigo, mas em forma de réplica. A inauguração, integrada nas Festas da Cidade, teve lugar a 14 de maio.
Para além do mistério do seu desaparecimento, há também muitas dúvidas sobre a sua origem. Isto porque sempre se associou o Padrão de Tornada à passagem da Rainha D. Leonor, no século XVI, por ter sido neste local que terá tornado de regresso, numa viagem que viria a dar origem ao Hospital Termal e às Caldas da Rainha.
No entanto, de acordo com uma teoria do médico e investigador Fernando da Silva Correia (falecido em 1966), o Padrão está associado à passagem de D. Afonso VI (no século XVII) e terá sido mandado fazer pelo então cura de Tornada, Clemente Martins.
Quando o presidente da União de Freguesias de Tornada e Salir do Porto, João Lourenço, pediu a Joana Beato Ribeiro que recolhesse informações sobre o Padrão, a investigadora ficou muito surpreendida por encontrar uma ligação com Fernando da Silva Correia. É que o património documental deste médico e investigador caldense é o tema da sua tese de doutoramento.
Sem a peça original, é agora impossível apurar a sua verdadeira história. É possível que tenham existido dois padrões diferentes naquela localidade. “Só sabemos que este existia e foi uma grande perda”, afirmou Joana Beato Ribeiro.
A reconstituição foi realizada pela empresa Gárgula Gótica, da Batalha, com base nas fotos existentes do Padrão original. “Nós contatámos o diretor do Centro de Artes, José Antunes, para podermos fazer esta reconstrução da melhor forma possível e seguimos os seus conselhos”, explicou o presidente da União de Freguesias.
Fizeram também questão em colocar uma informação escrita no muro, junto ao Padrão, também com uma fotografia do original. No total, foram gastos cerca de seis mil euros, tendo a Câmara comparticipado com uma parte.
Presente na cerimónia de inauguração, o presidente da Câmara, Vitor Marques, contou que aceitou logo o desafio da União de Freguesias para fazer esta obra. “Esta também é uma forma de homenagear a Rainha D. Leonor e a nossa história”, afirmou.
“Esta não é uma mera pedra, mas sim uma verdadeira referência para a população de Tornada”, salientou o presidente da Assembleia Municipal, Lalanda Ribeiro.
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