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Obras de Carlos Enxuto e Mário Reis colocam Bairro da Ponte a conversar

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Carlos Enxuto e Mário Reis, dois nomes que vão mantendo a tradição cerâmica da cidade, executaram duas peças escultóricas que evocam a cultura e identidade caldenses e a cerâmica de outros tempos, inauguradas na manhã deste sábado na confluência da Rua Manuel Mafra com as ruas Eduardo Mafra Elias e Francisco Gomes Avelar, quase a meio do Bairro da Ponte, nas Caldas da Rainha.
As peças de Carlos Enxuto (à esquerda) e Mário Reis (à direita)

Carlos Enxuto e Mário Reis, dois nomes que vão mantendo a tradição cerâmica da cidade, executaram duas peças escultóricas que evocam a cultura e identidade caldenses e a cerâmica de outros tempos, inauguradas na manhã deste sábado na confluência da Rua Manuel Mafra com as ruas Eduardo Mafra Elias e Francisco Gomes Avelar, quase a meio do Bairro da Ponte, nas Caldas da Rainha.

São esculturas em homenagem ao ceramista Manuel Mafra, intituladas “À conversa” (Carlos Enxuto) e “Conversas de Bairro” (Mário Reis), correspondendo a uma iniciativa do Município, no contexto da requalificação da Rua Manuel Mafra.

Segundo a Câmara, fica estabelecido “um diálogo simbólico entre Manuel Mafra e ceramistas do Bairro Além da Ponte, incluindo Bordalo Pinheiro, entre outras memórias”. Neste bairro houve muitos ceramistas, sendo uma homenagem aos que partiram e aos que ainda existem.

Manuel Mafra (1831-1905) está nas origens da cerâmica artística das Caldas da Rainha, tendo desenvolvido uma obra com assinalável êxito, não obstante ser um oleiro oriundo de um meio rural. Fornecedor real, viu os seus trabalhar embelezar palácios em Portugal e no estrangeiro, para onde saiu um grande conjunto de peças suas, foi premiado.

Carlos Enxuto explica que “na ausência de uma figura/retrato de Manuel Mafra, levou-me a imaginação a criar a escultura “À conversa”, onde os dois ceramistas contemporâneos na sua época, Bordalo Pinheiro e Manuel Mafra, ficam à conversa sobre os segredos da cerâmica que aconteceram em Caldas de outros tempos”.

A sua escultura é realizada em pasta de grés, sendo posteriormente aplicados vidrados e engobes. Na sua construção foram utilizadas as antigas técnicas da construção da figura em barro, cruzadas com técnicas contemporâneas de escultura. Foi transformada pelo fogo a 1280 graus, em atmosfera redutora.

Natural das Caldas da Rainha, onde nasceu em 1963, Carlos Enxuto iniciou a sua formação no Centro de Formação Profissional para a Indústria Cerâmica (Cencal), nas Caldas da Rainha, em 1988, e tem um percurso de cerca de trinta e cinco anos marcado pela procura e vontade permanente de criar peças cerâmicas inovadoras e que têm sido muito elogiadas, razão pela qual é autor de uma vasta obra, muita da qual feita por convite.

Mário Reis relata que na peça “Conversas de Bairro” misturou várias técnicas, “algumas delas muito enraizadas na nossa cultura e na nossa identidade, como é o caso do azulejo e da olaria de roda”.

“Nos azulejos aparecem algumas figuras que fazem a ponte com a temática ligada à natureza, muito utilizada nos trabalhos de Manuel Mafra”, indica. O mesmo se passa com algumas das cores, que eram igualmente usadas na olaria tradicional das Caldas da Rainha, como o verde Caldas e o amarelo mel. “Cores que o meu tio Armindo Reis utilizava também na sua olaria, que se situava neste bairro, no Largo do Estragado”, lembra.

“As duas esculturas representam um gato e uma gaivota a dialogar. Também eles residentes assíduos desta zona da cidade, é uma analogia à conversa de bairro entre vizinhos”, justifica.

“Foi precisamente neste bairro onde apareceram as primeiras gaivotas nas Caldas. Os gatos já por ali andavam, uma companhia imprescindível para muitos dos moradores do bairro”, acrescenta.

Segundo Mário Reis, “quando fui convidado para fazer este trabalho, o meu objetivo era de fazer uma peça que se relacionasse com as Caldas, com o Manuel Mafra, com o Bairro da Ponte e com a minha relação com estes vários aspetos. Este trabalho convida a ser visto do perto, pois existem muitos detalhes que contam estórias”

Nascido em 1971, Mário Reis é descendente de uma família de oleiros em que cinco gerações se dedicaram a essa arte. Aprendeu as técnicas da olaria tradicional com seu tio Armindo Reis. Embora tenha crescido ligado a uma tradição secular, seguiu o caminho da busca contínua de novas soluções expressivas, valendo-lhe vários prémios nacionais e internacionais.

A sessão de inauguração contou com a presença dos artistas e de autarcas, para além de individualidades locais e população.

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