Mário Branquinho, que é desde 1 de dezembro o novo diretor geral e de programação do Centro Cultural e de Congressos (CCC) das Caldas da Rainha, quer potenciar através da cultura o equipamento, contribuindo para o desenvolvimento e para a valorização do território.
É uma nova etapa aquilo que Mário Branquinho ambiciona para o CCC, procurando cimentar a posição desta infraestrutura na região, país e além-fronteiras.
Foi no passado dia 15 que o CCC apresentou oficialmente às forças vivas do concelho o novo responsável pelo CCC.
Mário Branquinho deu a conhecer alguns dos seus planos para o CCC perante as entidades e agentes culturais presentes, que considerou serem “parceiros desta construção”.
“Vamos fazer do CCC uma referência deste equipamento cultural na região, país, mas também a nível internacional”, com uma “programação de qualidade sempre numa lógica da sustentabilidade ambiental”.
A fechar a programação do primeiro semestre de 2023, espera em janeiro encerrar a programação do segundo semestre. Vai trazer espetáculos do “panorama internacional, nacional e local com artistas emergentes e locais” e “ainda na vertente do experimentalismo, explorando novos conceitos”.
Numa cerimónia presidida pelo Diretor Geral das Artes, Américo Rodrigues, o novo diretor revelou que vai no próximo ano submeter uma candidatura robusta à Direção Geral das Artes (DGArtes) no âmbito do concurso de apoio à programação da Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses, que vai permitir a melhoria da qualidade com o financiamento de 50% da programação”. “Estamos todos empenhados nisso em conjunto com a Câmara Municipal e a direção da Culturcaldas (entidade gestora do CCC) e contamos com a colaboração dos parceiros”, afirmou.
O novo responsável pretende uma programação cultural “abrangente”, para que o CCC seja “sobretudo um local de acolhimento das várias áreas artísticas, mas não descurando o apoio à criação através de residências artísticas e com produções, articulado com vários espaços, estruturas e entidades da cidade”.
Quer também dar corpo ao CCC “fora de portas” com espetáculos e eventos “no espaço exterior do CCC e noutros locais da cidade e nas freguesias, articulados com o município”.
Fez uma referência à componente dos congressos, que está na “designação do próprio equipamento para contribuir para a sua sustentabilidade financeira”.
Falou ainda do “turismo de negócios” e da importância das parcerias também com as “estruturas empresariais do concelho e região”.
Pretende igualmente repensar e inovar alguns festivais existentes na cidade e no CCC.
Quanto às exposições, pretende criar uma espécie de “comité”, porque “uma cidade que tem uma escola superior de artes (ESAD.CR) é ter um parceiro importante e um interlocutor, assim como o Centro de Artes fazer parte deste grupo de trabalhos”.
O diretor destacou o estabelecimento de parcerias com escolas para o novo “serviço educativo no CCC”.
Para além da abrangência e do ecletismo, Mário Branquinho apresentou como meta “a atração de públicos de todo o país”.
Revelou que vão apresentar brevemente à Câmara Municipal um plano de “comunicação global de modo a que toda a programação e eventos possam ter uma maior expressão junto da comunidade e país”.
Ao fim de cerca de vinte dias nas Caldas da Rainha garantiu que vai colocar a sua “experiência ao serviço do CCC”. Destacou ainda a equipa do CCC, que nestes dias “já deu para perceber que é fantástica e que juntos podemos fazer um trabalho magnífico”.
Candidatura a apoios da DGArtes
O Diretor Geral das Artes, Américo Rodrigues, referiu que os centros culturais “têm a obrigação de fazer programação, oferecer espetáculos de qualidade para todos os públicos, mas têm também a obrigação de se envolver e apoiar os criadores que residem no território”.
Américo Rodrigues sublinhou a importância de este tipo de equipamentos “se constituir ou afirmar-se como um centro difusor e produtor de cultura, em articulação com as diversas comunidades que constituem o território”, devendo para isso “estabelecer uma relação permanente com os criadores locais, sejam companhias de teatro, companhias de dança, instituições de música, associações de artistas plásticos ou criadores individuais”.
O CCC integra a rede de teatros portugueses (constituída por 84 teatros e cinemas de todo o país), mas não tem apoio financeiro à programação, pelo que Américo Rodrigues destacou o facto do novo diretor ter anunciado que pretende avançar com uma candidatura aos apoios da DGArtes.
“O concurso vai abrir no próximo ano e presta apoio substantivo para a programação cultural em equipamentos deste tipo”, afirmou, alertando, no entanto, que este apoio tem como contrapartida que “a autarquia comparticipe com o mesmo valor” que o apoio que venha a ser atribuído.
A vereadora responsável pelo pelouro da cultura, Conceição Henriques, manifestou a sua satisfação porque o CCC pela primeira vez em 14 anos de existência “tem um diretor cujo recrutamento foi feito através de um concurso, o que significa uma nova trajetória de um equipamento com esta relevância”.
Segundo a autarca, Mário Branquinho foi escolhido por unanimidade pelo júri do concurso, com base na “solidez de um currículo assente em longa experiência e provas dadas em funções idênticas às que irá desempenhar”.
“O que nós queremos é um CCC eclético, diferenciador, criador de públicos, inclusivo, gerador de cultura, que tenha um serviço educativo e que colabore em rede não só com as outras estruturas deste tipo a nível nacional, mas que trabalhe em rede com os autores locais”, salientou. “Quero que seja um motor de desenvolvimento de capacitação humana”, adiantou, convicta de que o novo diretor é a pessoa que “tem as caraterísticas, aptidões e também o entusiasmo o para abraçar este projeto”. “Temos a certeza que temos um diretor que vai projetar o CCC e potenciar Caldas Cidade Criativa”, salientou.
Pedro Brás, presidente da direção da Culturcaldas, realçou a vertente humana de Mário Branquinho, “uma qualidade que esta casa já precisava”.
O presidente da Câmara, Vitor Marques, fez referência ao antigo diretor do CCC, Carlos Mota, que “terminou um ciclo de treze anos de trabalho”. “Construiu todo este processo, mas agora abriu-se uma nova etapa e a vida é mesmo assim, feita de ciclos”, relatou.
Mário Branquinho tem 56 anos, é formado em Ciências Sociais e mestre em Animação Artística e desenvolveu funções na Câmara de Seia, onde foi programador da Casa Municipal da Cultura e dirigiu o Festival Seia Jazz & Blues.
Foi um dos fundadores, em 2013, da Green Film Network, uma rede de 40 festivais de cinema de ambiente de todo o mundo, da qual é membro da direção, e é diretor do CineEco – Festival Internacional de Cinema Ambiental da Serra da Estrela, único festival de cinema ambiental em Portugal.
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