Existem quase 38 mil utentes sem médico de família atribuído na área de abrangência do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Oeste Norte, que inclui os concelhos de Caldas da Rainha, Óbidos, Bombarral, Peniche, Alcobaça e Nazaré.
A revelação é feita pelo gabinete da ministra da Saúde, Marta Temido, em resposta a um requerimento apresentado por deputados do PSD do distrito de Leiria, reportando dados referentes a 30 de abril deste ano.
Dos 37.959 utentes ainda sem médico de família há que subtrair 205, que não têm por opção. 139.976 têm médico de família.
É no concelho das Caldas da Rainha que a carência é mais grave, registando 10.235 utentes sem médico de família (34 por opção), seguindo-se Peniche com 8.194 (143 por opção), Alcobaça com 7.965 (14 por opção), Bombarral com 5.356 (0 por opção), Óbidos, com 4.731 (7 por opção) e Nazaré com 1.478 (7 por opção).
Segundo o gabinete da ministra, com vista a suprir a carência de profissionais médicos, a direção do ACES Oeste Norte, em articulação com a administração regional de saúde, “está a promover diligências no sentido do reforço de recursos médicos especializados”.
É considerado necessário o recrutamento de seis médicos para Alcobaça, cinco para Caldas da Rainha e para Peniche, três para Óbidos e para Bombarral, e um para a Nazaré.
O médico de família é a base do sistema de saúde pública em Portugal e identifica o profissional designado nos centros de saúde para acompanhar os pacientes em todos os atendimentos primários que venham a precisar.
É o médico de família que faz os encaminhamentos aos especialistas, caso necessário, assim como também é o responsável pelo histórico de saúde dos utentes, atuando não apenas no tratamento, mas também na prevenção de doenças.
Todas as pessoas cadastradas no Serviço Nacional de Saúde têm direito ao médico de família – sejam portuguesas ou estrangeiras residentes legalmente.
O utente com médico de família que não recorrer ao centro de saúde durante cinco anos consecutivos poderá ser notificado e terá noventa dias para informar que deseja continuar com a inscrição ativa. Se não responder, perde a vaga para outro utente que esteja em lista de espera.
Os utentes sem médico de família podem recorrer às chamadas consultas de recurso ou reforço, ou então às “consultas abertas” em cada centro de saúde, onde existem dias e horas específicos para aceder a estas consultas.
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