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Abelhas e Borboletas

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Caminhando pelos campos que se apresentam diante de nós, apercebemo-nos, com temor, do silêncio que nos rodeia. Não vislumbramos, também, as centenas de espécies florícolas que nos cativaram na juventude.

Escaparate

Caminhando pelos campos que se apresentam diante de nós, apercebemo-nos, com temor, do silêncio que nos rodeia. Não vislumbramos, também, as centenas de espécies florícolas que nos cativaram na juventude.

O ser humano, consciente e/ou inconscientemente, está a exterminar as abelhas e as borboletas (e inúmeras outras castas).
A preocupação em manter as comunidades de insetos caiu absurdamente. Só em relação às abelhas, diversos estudos indicam que no planeta já subsistiram mais de vinte e cinco mil classes, divididas por sete famílias biológicas declaradas, e que, em Portugal, no ano de 2010, existiam cerca de dezassete mil apicultores, trinta e oito mil apiários e quinhentas e sessenta e duas colmeias, porém, devido ao exagero da aplicação dos químicos agrícolas; à avançada poluição ambiental; à mudança na utilização dos solos e perda de habitats; às alterações climáticas; à expansão de espécies invasoras (porque o ser humano está a matar – descontroladamente – os seus predadores); e ao afastamento do interesse pela vida na roça; todos esses números podem estar, de modo negativo, muito alterados.
Logicamente, a pedra angular do ambiente são as abelhas, mas outros seres polinizadores (como as borboletas) também são essenciais para os ecossistemas e a biodiversidade. Se o planeta perder estirpes inteiras de fecundadores ocorrerá, inevitavelmente, o ocaso de inúmeros exemplares de plantas, afetando, em sequência, a alimentação que vem para a nossa mesa, e a nossa própria sobrevivência.
O ser humano “moderno”, devido à ganância, está a desequilibrar a natureza, sendo o principal responsável pela intoxicação e morte de linhagens inteiras de insetos. Diversa vegetação deixará de se propagar; sementes não serão dispersas; a composição e a estruturação das comunidades vegetais não mais poderão ser mantidas; os nutrientes deixarão de ser decompostos e reciclados; as cadeias tróficas, que permitem a existência de muitas comunidades animais não serão nutridas; etc..
Em dezembro de 2019, o Parlamento Europeu divulgou um documento cujo inteiro teor explica a importância dos insetos polinizadores na Europa, abordando, inclusive, qual o impacto que esses seres podem ter na economia, e quais as principais causas sobrevindas do seu desaparecimento. Durante uma votação sobre a nova Estratégia de Biodiversidade da União Europeia para 2030, realizada em junho de 2021, os eurodeputados solicitaram uma inspeção imediata da Iniciativa da UE relativamente aos polinizadores. Nenhum destes documentos é do conhecimento da população portuguesa, por falta de interesse desta ou por pouca clareza dos meios que os deveriam divulgar em abundância. Se temos a obrigação de saber escolher os nossos representantes nos órgãos governativos, também temos o dever de os vigiar, e de cobrar-lhes atitudes corretas, em relação a tudo, mas, principalmente, no que diz respeito aos temas que podem interferir na nossa qualidade de vida e, até, na manutenção desta.
Dependendo da época do ano, quando andamos pelos terrenos ainda vemos alguns morcegos, chapins, toutinegras, andorinhas, cartaxos, felosas, rouxinóis, borboletas da família Lycaenidae, besouros, abelhas e vespas, porém, unicamente nos escaninhos mais remotos, distantes das laborações humanas.
O meio ambiente reflete as cores do nosso espírito. Se todos os campos ao nosso redor estão a perder cores, exuberância e alegria é porque a nossa alma é poluente e destruidora. Fizemos da natureza um inferno para os que – supostamente – nos são inferiores.

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