O dispositivo de nadadores-salvadores na praia da Nazaré esteve ocupado no passado sábado a evitar que os visitantes da vila, na ânsia de tirar fotografias, se aproximassem em demasia do mar, onde foram registadas ondas até seis metros, motivando o alerta laranja.
A grande preocupação era que a agitação marítima, conjugada com a ventania, pudesse causar acidentes na orla costeira. Daí a mensagem passada pelo dispositivo de inverno dos nadadores-salvadores da Nazaré, que resulta de um protocolo entre o Município e a Associação de Nadadores Salvadores da Nazaré para a vigilância da praia diariamente desde manhã ao final da tarde.
“As pessoas podem vir à praia desde que permaneçam na zona não inclinada e na zona não molhada do areal, e não tirarem selfies de costas para o mar”, referiu Daniel Meco, coordenador do dispositivo de nadadores-salvadores.
De qualquer forma, a população da Nazaré está mais que habituada ao perigo e a preocupação maior era com turistas que ali acorressem e que na procura de tirar as melhores fotografias se aproximassem do mar e das zonas perigosas.
Foram emitidos avisos pela Autoridade Marítima Nacional, Marinha e Serviço Municipal de Proteção Civil da Nazaré para sensibilizar as pessoas para não ignorarem o risco de arrastamento pelas ondas, numa altura em que o bom tempo que se vinha fazendo sentir podia causar algum excesso de confiança.
O agravamento da agitação marítima levou a aconselhar evitar passeios à beira-mar ou em zonas expostas à agitação marítima, de que são exemplo os molhes de proteção dos portos, arribas ou praias, evitando ser surpreendido por uma onda, ter especial cuidado na circulação junto da orla costeira e zonas ribeirinhas historicamente mais vulneráveis a galgamentos costeiros, evitando se possível a circulação e permanência nestes locais, e evitar ainda o estacionamento de veículos muito próximos da orla marítima.
Não praticar a atividade da pesca lúdica e desportos náuticos, em especial junto às falésias e zonas de arriba frequentemente atingidas pela rebentação das ondas, foram outras recomendações.
Apesar dos avisos, os nadadores-salvadores chegaram a ter de intervir, impedindo possíveis arrastamentos pelas ondas em passeios à beira-mar.
A barra não esteve fechada, sendo o porto da Nazaré alternativa quando outros encerram, sendo no entanto deixado o alerta para reforçar a amarração e manter uma vigilância apertada das embarcações atracadas e fundeadas. Por precaução e devido ao desgaste provocado pela erosão marítima, na Nazaré o acesso ao Molhe Norte está interdito na ponta final, o que ao mesmo tempo permite prevenir o risco de um eventual galgamento do mar.
0 Comentários