O estúdio da Rádio Mais Oeste e a redação do Jornal das Caldas receberam no dia 10 de fevereiro a visita de dez dirigentes e técnicos do Instituto Nacional das Comunicações de Moçambique (INCM) afetos a diferentes unidades administrativas e às delegações provinciais.

Martins Simião Langa, diretor de radiocomunicações e tecnologia no INCM, disse que a iniciativa surgiu com o objetivo de verem como a Rádio Mais Oeste funciona, uma vez que em Moçambique pretendem a migração da fase analógica para a digital na radiodifusão. “Sentimos que Maputo e outras grandes cidades têm muitas rádios e estão todas saturadas e estamos aqui para levar mais conhecimento para a replanificação do espetro da FM em Moçambique”, explicou.

Segundo este responsável, “se houver a possibilidade de migração do FM para a digitalização de radiodifusão sonora será muito bom, à semelhança do processo de migração do sinal de televisão analógico para digital, onde tivemos em dezembro deste ano o “switch off” (apagão do sinal analógico)”.

A ida ao estúdio da Rádio Mais Oeste culminou com uma visita ao centro emissor da rádio no Montejunto. “Foi uma visita importante, na medida em que vimos os emissores e a forma como fazem interligação entre mistura e emissor e a vertente da sonorização está muito bem feita, e certamente levarei esta experiência para Moçambique”, apontou.

Os dirigentes e técnicos do INCM regressaram a Moçambique no dia 13 de fevereiro, depois de terem participado durante duas semanas numa ação de formação sobre a replanificação do espetro radioelétrico e a radiodifusão sonora. Do conteúdo programático constaram ainda temáticas sobre serviços de telecomunicações por satélite, serviços móveis marítimo e aeronáutico, tendências do IMT (International Mobile Telecomunications), entre outras.

A formação iniciou em Moçambique e terminou agora em Portugal com o objetivo de ver como são “feitos os processos de licenciamento na ótica do utilizador e não do regulador”, adiantou Martins Simião Langa.

Na formação os técnicos foram igualmente munidos de conhecimentos sobre boas práticas de uso racional do espetro, planificação de frequência radioelétrica e expansão da tecnologia 5G.

A iniciativa realizou-se no âmbito de um protocolo existente entre a Autoridade Reguladora das Comunicações de Moçambique e a Lynx Image, uma empresa portuguesa de consultoria.

José Pedro Correia, da Lynx Image, declarou ao JORNAL DAS CALDAS que primeiro os técnicos fizeram a formação teórica e que terminou com uma vertente mais prática. “A visita às instalações da Rádio Mais Oeste é importante no âmbito da radiodifusão e o FM é o mais semelhante ao país moçambicano, daí a nossa vinda”, relatou, acrescentando que “a iniciativa foi produtiva, tendo em conta o foco planeado para o alcance dos resultados esperados”.

Para o diretor de radiocomunicações e tecnologia no INCM, a formação na sua vertente teórica e prática foi muito positiva, pretendendo, se houver possibilidade, “trazer outros técnicos a ter esta experiência”.