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FOLIO considerado “um ponto obrigatório no roteiro dos escritores”

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O FOLIO – Festival Literário Internacional de Óbidos regressou na passada quinta-feira às ruas da vila, numa edição dedicada a “O Outro”. O evento, que termina no próximo domingo e que conta com 175 autores e escritores presentes em 161 atividades, entre as quais 16 mesas de autor e debates, 23 concertos e 12 exposições, foi “o primeiro evento, desde o início da pandemia, que nos uniu à volta do que é o mais importante nas nossas vidas: a literatura”.
Inauguração do festival

O FOLIO – Festival Literário Internacional de Óbidos regressou na passada quinta-feira às ruas da vila, numa edição dedicada a “O Outro”. O evento, que termina no próximo domingo e que conta com 175 autores e escritores presentes em 161 atividades, entre as quais 16 mesas de autor e debates, 23 concertos e 12 exposições, foi “o primeiro evento, desde o início da pandemia, que nos uniu à volta do que é o mais importante nas nossas vidas: a literatura”.

Tal como edições anteriores, Óbidos tornou-se um verdadeiro centro cultural, proporcionando aos visitantes diversas atividades divididas em capítulos (Autores, Folia, Educa, Ilustra, Mais, BD e Boémia) relacionadas com “O Outro”, tema esse “consequência do que vivemos no dia a dia”, afirmou o presidente da Câmara Municipal de Óbidos, Humberto Marques, na inauguração do evento, que decorreu na tenda dos editores, localizada na Praça de Santa Maria.

Tendo como pano de fundo os livros e um auditório com programação permanente, o autarca de Óbidos, que estava em final do seu mandato, manifestou satisfação por o FOLIO ter regressado, após um ano de paragem, devido à pandemia, “tempo que nos distanciou fisicamente, fez com que sentíssemos a vontade e o desejo de estarmos próximos uns dos outros”.

“Quis o destino que fosse o FOLIO o primeiro evento, desde o início da pandemia, que nos unisse à volta do que é o mais importante nas nossas vidas: a literatura”, sublinhou o edil, que aproveitou a ocasião para desejar boa sorte aos novos elementos autárquicos, que “estou seguro que estão à altura para continuar esta viagem acrescentando mais carruagens a esta locomotiva, que já impressiona muita gente”.

Ainda a propósito da escolha do tema do evento, que foi escolhido para a edição de 2020 que teve de ser cancelada, Humberto Marques considerou ser “um tema que procura ser o palco do encontro, da apresentação de livros e da discussão de temas contemporâneos”.

Após cinco edições, o autarca considerou que “o festival criou disrupções transfronteiriças, conseguiu internacionalizar a literatura e outras artes performativas”.

Também recordou que esta “aventura”, iniciada há seis anos, foi levada a bom porto com “os dois loucos”, o anterior presidente, Telmo Faria, e com José Pinho, tendo o curador do FOLIO Mais sido o “verdadeiro timoneiro” do evento. Além de ter aberto livrarias em Óbidos, quando outras estavam a fechar, e de ter “inundado a vila de literatura”, o editor da Ler Devagar foi “sempre uma vitamina para a equipa que me acompanhava e que achava que tinha de levar para a frente esta estratégia”, afirmou.

José Pinho agradeceu ao autarca Humberto Marques e à Câmara Municipal de Óbidos por ter acolhido “esta ideia louca”. “As pessoas do Município e da Óbidos Criativa envolveram-se de tal maneira na realização do FOLIO, no Latitudes e noutras coisas, o que faz com que tudo funcione. Isso dá um grande descanso a quem tem de promover e dirigir um evento desta natureza”, destacou o editor da Ler Devagar. Realçou ainda o facto de, este ano, haver editores que quiseram ter uma “participação muito maior”. Já Francisco Madelino, presidente da Fundação Inatel, entidade que promove os concertos de músicos portugueses, disse que “se há coisa humana mais mágica é a palavra. O livro sagrado começa a dizer que o princípio é o verbo. Óbidos está na festa da palavra”. António Monteiro, presidente da Fundação Millenium BCP, também considerou fundamental entender “o Outro” e disse que a escolha deste tema foi premonitória. “Sempre me impressionou a forma como se promoveu o festival em Óbidos. Este apoio enobrece a Fundação”, afirmou.

Após o ato inaugural a comitiva visitou algumas das dez exposições, que abriram nesse mesmo dia: Flexágono, Jean Mourin Lisboa 1941, Um dia na vida, Diário das Nuvens, Para além das fronteiras, Cadáver Esquisito, Viagem a Casa, ABC Urbano, Visto com os pés, escrito com o olhar e Pátio das Memórias.

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Vencedores dos prémios e menções honrosas de ilustração

PIM poderá ser itinerante 

O primeiro fim de semana do festival também ficou marcado pela inauguração do “PIM – VI Mostra de Ilustração para Imaginar o Mundo”, que está integrada na programação do FOLIO Ilustra e que este ano assinala os 50 anos da Galeria Ogiva, bem como homenageia o seu fundador, o escultor José Aurélio.

A mostra, que reúne nesta edição mais de 40 ilustradores, está centrada na obra do escultor, que referiu que “apraz-me ver esta casa cheia novamente e estar representado nesta exposição, e lembrar os amigos que me ajudaram com esta obra, que já partiram e estão à minha espera”.

Já o vereador da Câmara Municipal, José Pereira, disse que “temos aqui uma exposição de excelência, tal como o PIM nos habituou”. A curadora do FOLIO Ilustra, Mafalda Milhões, referiu que a intenção da exposição é “criar lugares de leitura, um território para apreciarem”.

José Pinho defendeu que “a exposição merecia ter itinerância, quer em Portugal, quer fora”, lançando “uma provocação” na presença do secretário de Estado do Cinema, Audiovisual e Media, Nuno Artur Silva.

O PIM também foi palco da entrega do Prémio Nacional de Ilustração, que nesta 25.ª edição contou como vencedor o ilustrador André Carrilho com o livro “A menina com os olhos ocupados”, publicado pela Bertrand.

“Este livro é o resultado de um auto de fé da minha mulher, da minha mãe e dos meus filhos, que me diziam: ‘Vai trabalhar para acabar o livro’”, contou o ilustrador, adiantando que “o prémio veio validar o esforço que a minha família fez”.

Nesta edição, o júri também atribuiu menções especiais a Nicolau, pelas ilustrações da obra “1.º Direito”, de Ricardo Henriques, publicada pela editora Pato Lógico, e a Eduarda Lima, pelas ilustrações do seu livro “O protesto”, publicado pela Orfeu Negro.

O prémio de ilustração, atribuído pela Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas, foi também entregue aos vencedores da edição 2019, tendo o primeiro prémio cabido a Bernardo Carvalho, pela obra “Hei Big Bang (Ninguém disse que era fácil)”, editado pela Almedina.

Joana Estrela foi distinguida com uma menção especial pelas ilustrações da obra “Aqui é um bom lugar”, de Ana Pessoa, publicado pela Editora Tangerina. E ainda na edição de 2019 foi igualmente atribuída uma menção a Susana Diniz e Pedro Semeano, pelas ilustrações de “Eu sou o lobo. O rei da floresta portuguesa”, de Ricardo Rodrigues, editado pela Pato Lógico.

O secretário de Estado do Cinema, Audiovisual e Media entregou o galardão e saudou o regresso do FOLIO “ao vivo e a cores”, e “a vitalidade da ilustração portuguesa”. Disse igualmente que “o festival desde a primeira edição sinalizou logo uma marca forte, não só pelo evento em si, mas pelo facto de haver um conjunto de livrarias que durante o ano estão abertas em sítios não convencionais”, acrescentando que “o FOLIO é como uma marca cultural diferenciadora, que se tornou um ponto obrigatório no roteiro, não só dos escritores nacionais, mas de muitos escritores internacionais”.

Nuno Artur Silva frisou que o tema “O Outro” é “extraordinariamente pertinente e atual em todas as suas dimensões”, com “todos os desdobramentos que o tema permite e que têm a ver com as grandes questões que estão a ser discutidas na atualidade”. Relativamente ao repto para que a mostra passe a ser mostrada, em itinerância, em vários pontos do país, Nuno Artur Silva declarou que fará “todos os esforços para que isso seja possível” e para que em futuras edições “haja uma circulação da exposição” por outras galerias do país.

Antes da inauguração, elementos da Banda Filarmónica de Óbidos interpretaram a música “Try Out” desde a porta da vila até à porta da Galeria Ogiva, na Rua Direita, tal como sucedeu 51 anos antes, quando foi inaugurada.

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