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Robotização e desemprego

Francisco Martins da Silva

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A Confederação Empresarial de Portugal encomendou um estudo sobre “A Automação e o Futuro do Trabalho em Portugal” ao McKinsey Global Institute (Nova Iorque) e à Nova School of Business and Economics (Carcavelos) e apresentou-o em Lisboa no dia 17 de Janeiro. Este estudo prevê que 1,1 milhões de empregos desaparecerão até 2030, como consequência da automação e digitalização de tarefas rotineiras na indústria transformadora e no comércio.

Percebe-se o sonho de uma produção sem custos com pessoal — livre de maçadas e constrangimentos como a despesa sempre conflituosa dos salários, o Natal e as férias, a Segurança Social e as leis do trabalho, mais o desempenho errático, o absentismo, as greves, etc., etc. O imprevisível factor humano. Portanto, venha esse mundo maravilhoso todo robotizado.

Este estudo, mais um, aponta para sectores de trabalho desqualificado que têm dado emprego a uma população que teve pouco acesso à escola ou optou por não estudar. Uma população impreparada para se adaptar a novas tarefas que serão cada vez menos físicas e mais exigentes de conhecimento. Esta transição para uma economia digital originará uma maioria de desempregados permanentes. Os defensores da robotização e da digitalização procuram tranquilizar a sociedade defendendo que os robôs paguem uma taxa para a Segurança Social e que o mundo maravilhoso que se avizinha sem mão de obra na indústria e no comércio originará igual número de novos empregos digitais, muitos deles ainda desconhecidos. Mas a substituição de empregos por computadores e robôs também há muito se prevê em áreas altamente qualificadas como a medicina e o ensino. Consultas médicas e cirurgias poderão ser fornecidas sem intervenção humana directa. Assim como já há muitos universitários que assistem a palestras pelo youtube. De resto, sempre que um professor numa aula se faz voluntariamente substituir por um powerpoint, está a comprovar a sua irrelevância.

No limite desta demanda pela produção livre do imprevisível trabalhador estaremos todos desempregados. O ser humano terá finalmente eliminado uma das suas maldições — o trabalho. Como se ganhará a vida nesse futuro próximo? Quem e com que dinheiro poderá comprar os bens e serviços assim produzidos? A avidez capitalista por uma produção sem os custos do trabalho ditará finalmente a sua extinção? Ah, parece que haverá um Rendimento Básico Incondicional para todos (conceito humanista que já vem dos anos 60), como indemnização permanente pelo afastamento das pessoas do mundo do trabalho, que garantirá a subsistência e um mínimo de poder de compra, para que o sistema capitalista continue a funcionar. Finlândia, Holanda e Suíça prevêem pô-lo em prática. Como resultará esta experiência, que a priori parece mirabolante?

Em vez de se prodigalizar um subsídio a troco de nada, a menor necessidade de mão de obra poderia levar a uma maior partilha do trabalho, reduzindo-se o horário diário e semanal. A tecnologia digital significaria, enfim, mais tempo para as nossas vidas, a par de uma sadia realização profissional. Mas o mais provável é a especialização digital acentuar a desigualdade. Alguns, os especialistas eleitos, trabalharão ainda mais horas para que os seus impostos financiem o desemprego da maioria dispensável.

(artigo sem acordo ortográfico)

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