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Casal caldense dá a volta ao mundo

Joana Oliveira e Tiago Fidalgo

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Portugueses de gema, trazíamos em nós o desejo de visitar Macau, tão perto do coração quanto da vista, depois de termos chegado ao sul da China. Mas, por questões burocráticas, esta era uma daquelas visitas que implicava grande discernimento face ao pedido e pagamento de mais vistos. Ainda assim, depois de termos descoberto que seria possível tratar de tudo passando primeiro por Hong Kong, decidimos avançar. Sem grandes expetativas, depois de lá chegarmos de metro urbano, demos por nós deslumbrados. Se por um lado não havíamos planeado, por outro a surpresa estava a ser muito positiva! Hong Kong vive de grandes aparências e luxos, cheiros deliciosos e de encantar, ruas estreitas mas meticulosamente limpas, luzes e sons, e de muitos carros e muitas pessoas.
Foto tirada em Macau, junto ao farol da Guia, construído por portugueses

Em Hong Kong, sente-se o cuidado, a higiene, o desenvolvimento. Em Hong Kong, quase que se esquece a China e a Ásia que trazemos tão de perto e que carregam todos nos seus olhos em bico. Percebemos depressa que levam a mal e gostam pouco de ser apelidados de “chineses”, que primam pela descrição e dispensam confusões. Os preços são exorbitantes (em tudo) e o nível de vida é caro. As casas são pequenas e, muito embora não pareça, Hong Kong é grande.

Ainda que com alguma renitência conseguimos os vistos de que precisávamos e aproveitámos também para visitar a famosa e tropical ilha de Lamma: povoada por turistas, encantou-nos a sua florestação, intimidou-nos os seus bichos exóticos e maravilhou-nos as praias com água morna e areia branca.

Mas Macau, oh Macau! Não foi só deslumbramento, foi ansiedade! Por cada ruela macaense sentimos Portugal e muito Lisboa. Em cada pedra de calçada pisada sabíamo-nos sorridentes! Foi uma alegria chegar. A travessia fizemo-la de ferry, a partir de Hong Kong; e logo a navegar, no vídeo de apresentação, as legendas eram em português! No porto, na cidade, por todo o lado, em qualquer rua ou indicação, em qualquer placa ou anúncio, ao lado do chinês, estava o português. Que delícia! E assim nos perdemos: por entre ruas que sobem como quem trepa Alfama, cheiro a pastel de nata ou a estátua do Vasco da Gama, por entre uma apresentação de folclore ou um largo português.

Também os casinos e o seu lado modernizado são imperdíveis, com salas de jogo 24h/dia, grandes centros comerciais e zonas de lazer, que nos levaram até à Europa. E perto, na Taipa, e já oposto a todo este luxo, a pequena vila portuguesa, que nos transportou no tempo! Também inesquecível foi o fogo de artifício a que assistimos na baía de Macau. Mas desengane-se quem pensa (como nós pensávamos) que Macau é barato. Na verdade, é tão ou mais caro que Hong Kong, o que se reflete na vida de quem por lá vive. Contudo, tivemos tempo e espaço para tudo, porque Macau é pequenina e sabe bem conhecer a pé. Tem até outro encanto! Mas sentimos que mais dias não seriam demais: há sempre um novo canto a descobrir, uma igreja por ver, um museu por sentir! Foi bom matar parte das saudades – porque é bom estar em “casa”.

Joana Oliveira e Tiago Fidalgo

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