Em Hong Kong, sente-se o cuidado, a higiene, o desenvolvimento. Em Hong Kong, quase que se esquece a China e a Ásia que trazemos tão de perto e que carregam todos nos seus olhos em bico. Percebemos depressa que levam a mal e gostam pouco de ser apelidados de “chineses”, que primam pela descrição e dispensam confusões. Os preços são exorbitantes (em tudo) e o nível de vida é caro. As casas são pequenas e, muito embora não pareça, Hong Kong é grande.
Ainda que com alguma renitência conseguimos os vistos de que precisávamos e aproveitámos também para visitar a famosa e tropical ilha de Lamma: povoada por turistas, encantou-nos a sua florestação, intimidou-nos os seus bichos exóticos e maravilhou-nos as praias com água morna e areia branca.
Mas Macau, oh Macau! Não foi só deslumbramento, foi ansiedade! Por cada ruela macaense sentimos Portugal e muito Lisboa. Em cada pedra de calçada pisada sabíamo-nos sorridentes! Foi uma alegria chegar. A travessia fizemo-la de ferry, a partir de Hong Kong; e logo a navegar, no vídeo de apresentação, as legendas eram em português! No porto, na cidade, por todo o lado, em qualquer rua ou indicação, em qualquer placa ou anúncio, ao lado do chinês, estava o português. Que delícia! E assim nos perdemos: por entre ruas que sobem como quem trepa Alfama, cheiro a pastel de nata ou a estátua do Vasco da Gama, por entre uma apresentação de folclore ou um largo português.
Também os casinos e o seu lado modernizado são imperdíveis, com salas de jogo 24h/dia, grandes centros comerciais e zonas de lazer, que nos levaram até à Europa. E perto, na Taipa, e já oposto a todo este luxo, a pequena vila portuguesa, que nos transportou no tempo! Também inesquecível foi o fogo de artifício a que assistimos na baía de Macau. Mas desengane-se quem pensa (como nós pensávamos) que Macau é barato. Na verdade, é tão ou mais caro que Hong Kong, o que se reflete na vida de quem por lá vive. Contudo, tivemos tempo e espaço para tudo, porque Macau é pequenina e sabe bem conhecer a pé. Tem até outro encanto! Mas sentimos que mais dias não seriam demais: há sempre um novo canto a descobrir, uma igreja por ver, um museu por sentir! Foi bom matar parte das saudades – porque é bom estar em “casa”.
Joana Oliveira e Tiago Fidalgo
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