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Henrique Neto no “21 às 21” do MVC

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Decorreu no passado sábado, no auditório da União de Freguesias de Nossa Senhora do Pópulo, Coto e São Gregório, mais um “21 às 21”, evento mensal promovido pela Associação Movimento Viver o Concelho. O convidado deste mês foi Henrique Neto, industrial, empreendedor e inovador da indústria de moldes na Marinha Grande. Desde novo se interessou pela política. Hoje, continua a ser um cidadão atento e embora não esteja ligado à política ativa, é uma voz crítica, respeitada e abalizada em Portugal.
Teresa Serrenho, do MVC, e Henrique Neto

Num regresso ao passado, Henrique Neto, levou a audiência a refletir sobre os motivos que nos trouxeram ao momento de crise atual que vivemos. “Portugal vive há doze anos em estagnação e com crescimento praticamente nulo. No passado éramos um país essencialmente agrícola, um país das pescas, dos têxteis e do calçado, mas a adesão à União Europeia e a motivação que daí surgiu levou a uma euforia pela economia de serviços. Portugal entrou nessa “febre” e dizimou aquilo que era o seu motor, para dar as boas vindas aos serviços. Cometeram-se muitos erros, esquecendo todo o potencial do mar que nos banha”, manifestou.

“Depois veio a fase das privatizações, onde se apostou na privatização dos bens não transacionáveis, como a energia, as comunicações e a banca. Eram setores monopolistas e foi nesses fatores que se apostou, ao invés de se apostar nos bens transacionáveis”, referiu.

“Se Cavaco Silva baseou a sua política no betão, António Guterres afirmava que cada português poderia comprar a sua casa, surgindo assim a explosão do imobiliário. A construção afirmou-se e os baixos juros permitiram que os portugueses adquirissem a sua própria casa, muitas vezes construindo-se subúrbios em redor das cidades, contribuindo para a especulação imobiliária e consequentemente a corrupção autárquica. A construção era tanta que a mão de obra tinha de vir de África, até que o setor foi decrescendo cada vez mais”, sublinhou.

“Apostou-se nas redes rodoviárias. Temos inúmeras autoestradas sem carros, com custos diários para o erário público, esquecendo as redes ferroviárias. Hoje concluímos que os custos logísticos dos transportes rodoviários são muito superiores em relação aos transportes ferroviários. Portugal suprime a ferrovia”, declarou Henrique Neto.

“Quando chegámos à União Europeia seria importante termos atingido os níveis de vida dos europeus, mas nunca poderíamos ser iguais, fazendo hoje, aquilo que os europeus já fizeram há 30 anos. Fizemos o caminho a copiar os outros, sem ter a nossa própria estratégia e hoje, afinal, têm sido os têxteis, o calçado e a nossa indústria, as alavancas da economia, permitindo o aumento das exportações. Portugal nunca soube ter uma estratégia, preferindo ir a reboque dos outros. Os nossos governos não desenham estratégias a longo prazo. Ficamos pela governação mensal e a alternância sem alternativa tem conduzido a estratégias que se esgotam em cada governo”, declarou.

“Essencialmente todos estes fatores contribuíram para a crise atual. Foi o estado e os sucessivos governos que induziram os portugueses em erro, não havendo dúvidas que a crise atual foi provocada pelo sistema político”, frisou.

Henrique Neto apontou ainda soluções para o futuro. “Há uma mudança que tem de ocorrer. A cidadania tem um papel relevante”, frisou, perante sala cheia.

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