Esta atividade inseriu-se no âmbito do CREIAS Oeste – Centro Regional de Educação e Inovação associada à Sustentabilidade do Oeste, dos quais o Movimento Pró Informação e Cidadania e Ambiente (MPI) e a ESTM são parceiros, e teve ainda o apoio do Rotary Club de Peniche.
O consumo de algas pela população foi uma realidade até ao período da 2ª guerra mundial, tendo caído no esquecimento, mas pelas excecionais características nutricionais (completo e elevado teor em aminoácidos, elevado teor em vitaminas e minerais) e excecionais propriedades antioxidantes “deveriam ser reconhecidas na nossa gastronomia”, sustentou Alexandra Azevedo, presidente da direção do MPI e membro da Comissão Dinamizadora do CREIAS Oeste.
Teresa Mouga alertou para a recolha consciente deste recurso através do uso de tesoura ou faca para se cortar apenas as lâminas e talos permitindo assim a regeneração da alga, sendo o ideal o seu cultivo. Apesar da diversidade presente a quantidade disponível é inferior à que se registava há algumas décadas atrás, o que revela também o estado do oceano ameaçado pela sobrepesca, em particular a pesca de arrasto, e pela poluição.
Na sede do Rotary Club de Peniche decorreu o restante programa da oficina, em que os participantes puderam conhecer alguns “segredos” culinários colaborando na confeção de pratos, a que se seguiu um almoço com uma ementa variada em que as algas foram ingrediente obrigatório.
Concluiu-se a oficina com um momento de esclarecimento de dúvidas e partilha de conhecimentos por colaborador desta oficina, Luís Fonseca, médico residente em Peniche e um aficionado pelas algas, com uma experiência acumulada na recoleção, seu uso noutras regiões (como os Açores e países europeus) e no estudo, apresentando uma considerável biblioteca sobre o tema.
“Procurou-se alertar para os graves problemas associados à produção intensiva dos alimentos, à padronização da dieta na já conhecida por dieta ocidental, onde predominam os alimentos de origem animal, os cereais refinados, alimentos transgénicos e uma panóplia de aditivos, muitos dos quais artificiais, apresentando como alternativa uma dieta que valorize os recursos naturais locais e a produção de alimentos sustentável”, referiu Alexandra Azevedo.
0 Comentários