Ser cristão, discípulo de Jesus, significa “dizer muitos ‘nãos’ diariamente ao longo da vida: não às tentações, não ao egoísmo que nos habita; não à ganância do poder e do ter; não à vaidade e ao desejo de protagonismo que humilha os outros, submetendo-os aos nossos caprichos, ideias e desejos; não à competitividade injusta, que para subir, ser mais que os outros, faz deles degraus; não à imoralidade, à violência verbal ou gestual”, mencionou o bispo auxiliar salientando que, “cada não” dito a cada desejo e tendência, “em nós para o mal, é um sim à honestidade, à verdade, à justiça, à concórdia e à paz, é acima de tudo, um sim a Cristo e às exigências do Evangelho, um caminho de vida e de liberdade. Segundo o prelado, a presença dos cristãos na sociedade, “a agirem e reagirem” à realidade com os requisitos da justiça, “é elemento decisivo para a transformação da sociedade na linha do Reino de Deus”. “Não basta mudar as leis, corrigir os desequilíbrios sociais; é preciso mudar o coração do homem, é necessário uma mudança interior, que passa pela renúncia ao mal, para dizer sim ao bem”, revelou o responsável sublinhando o caminho prioritário para a paz social.
D. Joaquim Mendes certificou que a cruz é um acontecimento tornado símbolo, “que os homens querem eliminar, porque se trata de um símbolo forte, interpelante e uma sociedade como a nossa, fundada numa cultura do prazer sem limites, não lida bem com o sofrimento e a dor”. “A partir do momento em que Jesus tomou a cruz sobre os seus ombros e foi crucificado nela, a cruz tornou-se, na linguagem cristã, o sinal do sofrimento e da dor humana, mas também da esperança, da vitória da graça sobre o pecado, da vida sobre a morte”, manifestou o bispo auxiliar, evidenciando que o “segredo” está em saber “aceitá-la, assumi-la com amor e seguir Jesus Cristo”. “Quando se age com amor e por amor, o peso da cruz diminui, a fadiga torna-se menos dura e as dificuldades são vistas com olhos diferentes, com os olhos da fé”, reforçou.
A força e o sentido “para as nossas renúncias, através da experiencia do seu amor, leva-nos a encontrar a alegria e a liberdade”, hoje, no mundo, “a ser testemunhas da reconciliação, do perdão e da paz”, valores cristãos que a sociedade civil atual “tanto necessita”, concluiu o responsável diocesano.
Após a procissão, D. Joaquim Mendes, acompanhado pelo pároco José Luís Guerreiro, presidiu à Eucaristia do 5º Domingo da Quaresma, convidando a comunidade cristã a percorrer o “caminho da conversão”, em comunhão com Jesus Cristo. Na homilia, o Bispo Auxiliar de Lisboa manifestou que o caminho que conduz à “novidade” da Páscoa de Jesus “está aberto, ‘a coisa nova’, a salvação definitiva que o Senhor fez para nós e nos oferece como dom gratuito do seu amor, é o dom da salvação, que passa pela saída de nós mesmos, do êxodo do nosso pecado, para o encontro com Aquele que perdoa e salva e nos repete: «Vai e não tornes a pecar!».
A Procissão do Senhor dos Passos contou com a participação do presidente da Câmara do Bombarral, José Manuel Vieira, e do autarca da freguesia local, João Mendonça; teve o apoio da Irmandade do Santíssimo Sacramento do Carvalhal, da Junta de Freguesia, e foi acompanhada pela Banda da Sociedade Filarmónica Carvalhense.
As cerimónias da Semana Santa no Carvalhal permanecem até Domingo de Páscoa, dia 31 de março, onde será celebrada a Missa da Ressurreição do Senhor pelas 12h00 e 19h00 no Santuário, e nos lugares, às 15h00 no Salgueiro e 16h30 no Barrocalvo. Para uma melhor vivência nas celebrações do Tríduo Pascal, na quarta-feira 27 de março, no Santuário, a paróquia propõe aos cristãos ainda um tempo de confissões pelas 14h30. As celebrações pascais no Santuário do Senhor Jesus iniciam na quinta-feira santa, com a Missa Vespertina da Ceia do Senhor e ‘Lava – Pés’ às 20h30, seguida de adoração; na sexta-feira santa, a celebração da Paixão do Senhor pelas 15h00; e no sábado, a Vigília Pascal às 22h00.
João Polónia
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