Guardas-prisionais foram impedidos de beneficiar de descontos de saúde Uma cirurgia para colocação de uma prótese no joelho foi cancelada por falta de pagamento do Estado a ao Montepio Rainha D. Leonor, nas Caldas da Rainha, com quem tem uma convenção que comparticipa as despesas com tratamentos e consultas dos funcionários do Ministério da Justiça. As dívidas da Secretaria-Geral do Ministério da Justiça para com o Montepio Rainha D. Leonor, que até finais de Março deste ano rondariam os 11400 euros, levaram a administração desta unidade de saúde a suspender o serviço prestado aos beneficiários do sistema convencionado, entre os quais guardas-prisionais, directores de cadeias, funcionários judiciais, pessoal de investigação criminal da Polícia Judiciária e técnicos do Instituto de Reinserção Social. A medida afecta quem esteja no activo ou aposentado e seus familiares directos. O incumprimento da liquidação das verbas em atraso desde o início de 2008 e a ausência de respostas às solicitações da administração não deixaram outra alternativa. “Enviámos vários faxes e fizemos dezenas de telefonemas, mas nunca nos responderam, o que é inadmissível, pelo que tivemos de cortar com o acordo unilateralmente, porque temos as nossas obrigações com pagamentos e não podemos deixar acumular a dívida mais do que 90 dias”, afirmou ao JORNAL DAS CALDAS Joaquim Sanches, presidente do conselho de administração do Montepio Rainha D. Leonor. A suspensão das consultas e tratamentos entrou em vigor desde 18 de Maio e foi comunicada à Secretaria-Geral do Ministério da Justiça, que até então não tomado nenhuma medida para regularizar a situação, o que levou a que tivesse sido cancelada uma cirurgia marcada para o dia 23 de Maio e que iria custar sete mil euros, para colocação de uma prótese num joelho de uma funcionária do Ministério da Justiça. “Com o acordo em vigor, a utente só pagaria 20 por cento de honorários e 20 por cento da medicação, enquanto que a Secretaria-Geral do Ministério pagaria a restante percentagem, para além da estadia e da aquisição e colocação da prótese”, apontou Joaquim Sanches. Revoltados manifestaram-se já os guardas-prisionais das cadeias das Caldas da Rainha, Alcoentre e Vale de Judeus, que se queixam de estarem a efectuar descontos nos salários (cerca de dois por cento do vencimento) sem poderem usufruir das regalias de saúde em actos de fisioterapia, consultas de clínica geral, internamento, exames de raios X e cirurgias. Jorge Patrício, dirigente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional, denunciou que no estabelecimento prisional das Caldas da Rainha, onde estão 50 guardas-prisionais, cinco deles foram afectados por um surto de tuberculose. Um está de baixa desde o início deste ano e a fazer análises e consultas, e os outros estão a receber medicação preventiva. “São gastos diários que não têm comparticipação e deixa-os em dificuldades financeiras. Mas os descontos no vencimento continuam a ser feitos”, sustentou. “Queremos que o Ministério da Justiça pague a tempo e horas à entidade prestadora de serviço para não andarmos a ser prejudicados e a termos de pagar do nosso bolso”, declarou Jorge Patrício. Esta é a segunda vez que o Montepio Rainha D. Leonor resolveu cancelar a prestação do serviço. A primeira foi em 2007, quando dívidas dos Serviços Sociais do Ministério da Justiça ultrapassavam trinta mil euros e se arrastavam há quinze meses. Contudo, o Ministério da Justiça deu ao JORNAL DAS CALDAS a resposta que a administração da unidade de saúde pretendia obter. Fonte do Ministério revelou que o pagamento dos serviços prestados está previsto para este semana, assegurando que “a situação encontra-se ultrapassada, estando já garantido o pleno restabelecimento da prestação de serviços aos utentes do Subsistema de Saúde da Justiça”. De acordo com a mesma fonte, o total da dívida é de 7.799,64 euros, o que não coincide com as verbas reclamadas pelo Montepio Rainha D. Leonor (3889,85 euros referentes a 2008 e 7525,80 euros até Março de 2009). Francisco Gomes
Ministério da Justiça com pagamentos em falta
3 de Junho, 2009
Guardas-prisionais foram impedidos de beneficiar de descontos de saúde Uma cirurgia para colocação de uma prótese no joelho foi cancelada por falta de pagamento do Estado a ao Montepio Rainha D. Leonor, nas Caldas da Rainha, com quem tem uma convenção que comparticipa as despesas com tratamentos e consultas dos funcionários do Ministério da Justiça. […]
![11354-44b9d84b-01b2-4021-82e6-604c156de8cd-divida](https://jornaldascaldas.pt/wp-content/uploads/2009/06/11354-44b9d84b-01b2-4021-82e6-604c156de8cd-divida.jpg)
Ministério da Justiça com pagamentos em falta
(0)
.
Últimas
Artigos Relacionados
Três dias de festa para conhecer Salir de Matos
O evento “Conhece Salir de Matos?!”, organizado pela Junta de Freguesia, esteve de volta à localidade entre os dias 19 e 21 de julho.
Associação Escolha criada para apoiar as mulheres na interrupção voluntária da gravidez
A Associação Escolha teve início em maio deste ano e pretende acompanhar mulheres no processo de interrupção voluntária da gravidez (IVG). Patrícia Cardoso, cara da associação, que fundou, depois de uma recusa no hospital das Caldas da Rainha.
Cantor detido por suspeitas de crimes de cariz sexual tinha faltado a concerto nas Caldas
Não foi por faltar aos concertos marcados, como aconteceu em Laranjeira, nas Caldas da Rainha, no dia 13 de julho, que o cantor Miguel Bravo foi detido no passado sábado pela Polícia Judiciária, mas pelas suspeitas da prática de três crimes de abuso sexual de crianças e de três crimes de pornografia de menores agravados.
0 Comentários