A iniciativa contou com várias atuações protagonizadas com a prata da casa, envolvendo crianças, jovens e idosos, num momento pensado para reforçar o espírito de comunidade e de partilha. “O que temos procurado sempre é que esta festa seja concretizada pelos utentes e pelos colaboradores”, explicou a provedora da SCMCR, Maria da Conceição Pereira.
Durante a festa, subiram ao palco crianças do centro de acolhimento, jovens até aos 25 anos e idosos, alguns deles centenários, num programa que incluiu teatro, música e momentos simbólicos ligados ao presépio e ao natal, como a recriação da história do nascimento de Jesus Cristo e dos três Reis Magos. Para a provedora, mais do que assistir, “é importante que todos se sintam envolvidos e participem”.
A animar a festa esteve também a Mãe Natal, papel que Meiline Matos, jovem conhecida na instituição por “Mel”, desempenhou. Maria da Conceição Pereira contou que a jovem foi acolhida pela SCMCR e que neste momento está a acabar o curso de Marketing e Publicidade no Instituto Politécnico de Leiria, enquanto “é representante da Santa Casa junto da Secretaria de Estado da Segurança Social”. Para a provedora, “a Mel é uma força da natureza” e faz intenção de acompanhar a jovem na altura em que esta receber o seu diploma de licenciatura.
Atualmente, a SCMCR é a instituição com maior número de valências no concelho, abrangendo dois centros de acolhimento (dos 0 aos 12 anos e dos 12 aos 25 anos), respostas para idosos, serviço de apoio domiciliário, jardim de infância, cantina social, loja social, distribuição de cabazes alimentares, o projeto CLDS 5G e um apartamento de autonomização para jovens.
No entanto, Maria da Conceição Pereira referiu que a instituição não deixa de enfrentar desafios, nomeadamente ao nível das infraestruturas e dos recursos humanos. Entre as prioridades está a obra da cozinha, que conta com apoio do Plano de Recuperação e Resiliência, mas cujo processo tem sido dificultado pela falta de participantes nos concursos públicos. Estão também previstas intervenções na casa de repouso e no edifício mais antigo da instituição, com o objetivo de melhorar as condições e responder às exigências atuais.
A nível de recursos humanos, a provedora reconhece que a contratação de pessoal é uma dificuldade transversal às instituições sociais, afirmando que, se não fosse a mão de obra imigrante, teriam muita dificuldade em arranjar funcionários suficientes para dar resposta às necessidades dos utentes. A SCMCR conta com cerca de 150 trabalhadores e um encargo anual entre 2,5 e 2,7 milhões de euros em salários. “É um trabalho exigente e nem sempre tão bem remunerado como deveria ser”, admitiu a provedora.
Apesar dos desafios, a SCMCR encontra-se financeiramente equilibrada e já a preparar o caminho para o centenário, que será celebrado dentro de três anos. O objetivo, segundo a provedora, é chegar a essa data com as principais obras concluídas ou bem avançadas. No final, deixou uma palavra de agradecimento a colaboradores, voluntários, famílias e entidades parceiras, lembrando que “o natal na Santa Casa não é só um dia, é todos os dias”.










